O valor das usinas

26-07-2017

Nessa onda de interesse, volta aquele controvertido critério de avaliação de empresa “dólar por tonelada de cana”. Controverso, pois não há fundamentos para considerar isso um método de avaliação, mas sim uma forma comparativa de negócios que, ainda assim, requer um rigor elevado na hora de se fazer a análise.

Este indicador (US$/t) já estimulou muitos analistas e empresários a utilizarem operações básicas da matemática como instrumento de avaliação econômica e ainda o definir como um método múltiplo de mercado. Esta conta é uma ilusão, pois o que determina o real valor da empresa não é a capacidade de moagem, e sim a capacidade de produzir riquezas econômicas no futuro. Da forma como é feito esse comparativo, diferentes composições de ativos são colocadas sob o mesmo critério de avaliação, simplesmente dividindo o valor do negócio pela capacidade de moagem e/ou estimativa de moagem de um projeto. O resultado dessa conta é convertido ao valor do dólar do dia. Uma forma de análise totalmente equivocada.

Esse critério comparativo tornou-se comum a partir das aquisições iniciadas em 2003/2004 pela COSAN e volta novamente nas discussões, trazido a público pela declaração do executivo Rubens Ometto no último Ethanol Summit, onde disse que as empresas do setor estão avaliadas próximas à US$ 44/tc. Mas, como dito antes, adotar esse número como parâmetro é um equívoco, pois cada empreendimento tem seu valor definido pelo seu potencial de gerar resultados econômicos.
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