Presidente da Unica enfatiza em Londres os benefícios do etanol para a saúde e economia brasileira
29-07-2014

A produção e o uso do etanol não são apenas medidas econômicas, mas também fatores importantes para uma qualidade de vida melhor. A declaração de Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), durante sua participação no “3º Sugar & Ethanol Summit – Brazil,” evento realizado no dia 18 de julho, em Londres, resume bem os efeitos benéficos diretos e indiretos proporcionados à sociedade pelo biocombustível de cana.

Tendo por base o estudo “Cenários de Mudança no Perfil de Consumo do Etanol/Gasolina e Impacto Epidemiológico Estimado em Saúde,” do pesquisador, médico e professor da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Saldiva e a pesquisa “Quantificação da Redução de Danos Climáticos Decorrente de Processos para Mitigação das Emissões de Gases de Efeito Estufa,” do pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Isaías Macedo, Farina detalhou as contribuições dos produtos da cana para a saúde humana, bem como os impactos econômicos causados pelo uso dos combustíveis fósseis.

Desde o início do programa Proálcool, informou Farina, o etanol compensou o uso de 350 milhões de metros cúbicos de petróleo equivalente, seja usado como combustível puro, seja misturado à gasolina. Além dos avanços na sustentabilidade, a introdução do biocombustível de cana em sua matriz energética fez o Brasil reduzir em 42 bilhões de dólares os prejuízos causados pelo uso do petróleo, principalmente os causadores do efeito estufa (GEEs).

Se para o bolso o combustível canavieiro é bom, para a saúde ainda melhor. Segundo Farina se todos os carros brasileiros rodassem apenas com o combustível fóssil, o País gastaria mais R$ 430 milhões por ano com a saúde pública. Em contrapartida, se fosse mantido o mesmo nível de participação do etanol hidratado observado em 2009, de 31% da matriz nacional de combustíveis, o Brasil, poderia ter uma economia adicional de R$ 68 milhões anuais nas despesas com saúde.

“Se usássemos apenas combustível fóssil, a quantidade de internações por problemas respiratórios e cardiovasculares em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre aumentaria em 9.247 e o de mortes, 1.384. Por outro lado, com o uso do etanol haveria uma redução de 505 internações e de 226 mortes por ano,” afirmou a presidente da UNICA.

Para Farina, os estudos reafirmam os pontos defendidos pelo setor sucroenergético e devem ser consideradas na formulação de políticas públicas que podem viabilizar a retomada do crescimento da indústria.

Falando para mais de 150 pessoas, a executiva destacou ainda os planos de expansão da produção canavieira no Brasil. Ao reafirmar o compromisso do setor com o Zoneamento Agroambiental da Cana-de-Açúcar, a presidente da UNICA esclareceu que mesmo que a oferta de cana no País triplique, ainda assim seriam usadas apenas 3% das áreas hoje destinadas para agricultura e pecuária. Hoje cerca de 23% do território é usado pelo gado e apenas 1% pela cana.

“É bom lembrar também que a produção brasileira de biocombustível, reconhecida internacionalmente, não compromete a de alimentos. Se por um lado cresceu a produção de cana, a de carnes e grãos também evoluiu. Um produto não limita o outro no Brasil,” afirmou.

A presidente da UNICA concluiu sua apresentação falando sobre as adversidades enfrentadas pela indústria e defendeu medidas para fazer o setor voltar a crescer. Entre elas estão a menor interferência do governo no mercado de combustíveis, a tributação dos combustíveis fósseis ou a retomada da tributação destes e um incentivo a inovação, em busca de uma maior eficiência dos motores flex utilizando o etanol. Farina destacou ainda a importância da bioeletricidade e da urgência de políticas públicas que reconheçam sua contribuição para o suprimento energético do País.

O evento foi organizado pela Consultoria Datagro e pelo Ministério das Relações Exteriores, e reuniu líderes empresariais de diversos países para discutir as perspectivas, estratégias de pesquisas, políticas públicas, futuro para os mercados e da indústria do açúcar e etanol no Brasil e os desafios do quadro político de biocombustíveis na União Europeia. Além da executiva, participou do evento o embaixador e representante permanente do Brasil junto às organizações internacionais em Londres, Marcos Pinta Gama; o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Geraldo Fontenelles e Luis Roberto Pogetti, presidente do Conselho de Administração da Copersucar, maior cooperativa de açúcar e etanol do Brasil e que reúne diversas empresas associadas à UNICA.

A participação de Farina foi mais uma iniciativa da parceria da entidade com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Para visualizar a apresentação da presidente da UNICA (versão em inglês), clique aqui: file:///D:/Downloads/3eecd73f73f0f8c0e97aa62f8a741ec5.pdf

Para baixar os trabalhos citados por Farina, utilize os links abaixo:
Paulo Saldiva, clique aqui: file:///D:/Downloads/b89b25cfb8b124d48bc67843ae70b153.pdf
Isaias Macedo, clique aqui: file:///D:/Downloads/3420a505b0e341819734afa43307a9f1.pdf