Produção de açúcar no Brasil cresce e derruba preços em Nova York
26-04-2024

O açúcar que será produzido e exportado foi negociado a preços da temporada anterior, que estava nos maiores patamares em 15 anos — Foto: Wenderson Araujo/CNA
O açúcar que será produzido e exportado foi negociado a preços da temporada anterior, que estava nos maiores patamares em 15 anos — Foto: Wenderson Araujo/CNA

Na sessão desta quinta-feira (25/4), os lotes do demerara para julho caíram 3,09%, para 19,16 centavos de dólar por libra-peso

Por Paulo Santos e Fernanda Pressinott — São Paulo

O preço do açúcar caiu de maneira expressiva na bolsa de Nova York com a indicação de que o Brasil, o maior exportador mundial, vai aumentar sua oferta do produto no mercado. Na sessão desta quinta-feira (25/4), os lotes do demerara para julho caíram 3,09%, a 19,16 centavos de dólar por libra-peso.

Nesta quinta, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que o Brasil irá produzir menos cana-de-açúcar em 2024/25. Em sua primeira estimativa sobre a nova temporada, a estatal previu uma oferta de 685,86 milhões de toneladas, queda de 3,8% se comparado com a safra anterior.

Apesar da redução na colheita de cana, a Conab estima que a produção de açúcar crescerá 1,3%, para 46,29 milhões de toneladas. Se confirmado, esse volume será recorde.

“O mercado não se preocupa se haverá uma quebra na safra de cana, que deverá ser 40 milhões de toneladas menor na próxima safra. A grande atenção está nos números do açúcar, que é negociado em bolsa”, diz Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.

Ele explica, ainda, que a estratégia das usinas deve motivar a maior disponibilidade de açúcar para o novo ciclo.

“O açúcar que será produzido e exportado foi negociado a preços da temporada anterior, que estava nos maiores patamares em 15 anos. As indústrias aproveitaram esse bom momento para travar vendas até para 2025”, acrescenta.

O analista conclui dizendo que as projeções otimistas para a safra brasileira somam-se com um aumento inesperado na produção em outros grandes players, como Índia, Tailândia e China.

Café

Os preços futuros do café subiram na bolsa de Nova York. Os lotes com entrega para julho fecharam em alta de 0,97%, cotados a US$ 2,2810 a libra-peso.

Agentes de mercado seguem monitorando as restrições de café robusta, que recentemente pautaram a valorização do arábica. O clima para as lavouras brasileiras é outro ponto de atenção.

De acordo com Eduardo Carvalhaes, analista especializado no mercado de café, uma mudança mais significativa no tempo sobre áreas produtoras do centro-sul do Brasil deve ocorrer na primeira semana do mês de maio, quando uma nova frente fria deve avançar pela costa do Brasil, espalhando episódios de chuva entre o Paraná, Sudeste e até mesmo sobre áreas da Bahia.

Cacau

Depois de subir mais de 5% na véspera, o cacau recuou na bolsa. Os contratos para julho fecharam em queda de 1,93%, para US$ 10.804 a tonelada.

Suco de laranja

No mercado do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês), os papéis com vencimento para julho subiram 1%, a US$ 3,6950 a libra-peso.

Algodão

Os contratos do algodão para julho fecharam em alta de 0,09%, cotados a 81,08 centavos de dólar por libra-peso.

 Fonte: Globo Rural