Rumor de volta da Cide agita mercado financeiro
28-11-2014

Dados negativos dos Estados Unidos, e queda das ações da Vale e de siderúrgicas levaram o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, a fechar o pregão com queda de 0,83%, em 55.098 pontos. Em meio ao clima "depressivo" do mercado, porém, um destaque: os papéis da Cosan, um dos maiores grupos econômicos privados do Brasil, com negócios nos segmentos de energia, etanol e infraestrutura. As ações reagiram com alta à notícia, aventada nesta quarta, de que a presidente Dilma Rousseff está preparando a volta da Cide, que ficou conhecida como o imposto do combustível.

A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incide sobre o preço dos combustíveis. Isso faz com que o preço do etanol - um dos principais produtos da Cosan - fique mais competitivo frente a gasolina. Com isso, as ações da Cosan subiram 4,14% nesta quarta, e acumulam alta de 13,5% só do dia 14 de novembro para cá.

Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fechou no início desta semana o pacote de medidas para tentar equilibrar a situação fiscal do país. Segundo o jornal, o pacote será inteiramente executado pela nova equipe econômica, chefiada pelo economista Joaquim Levy, que será anunciado nesta quinta como ministro da Fazenda.

Entre as medidas propostas por Mantega estaria a volta da Cide, a redução dos gastos com seguro-desemprego, pensão pós-morte e abono salarial.

A Cide começou a ser reduzida em 2008, até ser zerada em 2012. Segundo a reportagem, o governo trabalha com dois cenários,um de recomposição parcial e um de volta integral do imposto. Caso opte pelo primeiro, a cobrança deverá ser de R$ 0,28 por litro de gasolina e R$ 0,07 por litro de diesel.

Altos e baixos. O mercado tem estado eufórico no inicio do pregão e depressivo no final, nos últimos dias. Nesta quarta não foi diferente, contou André Moraes, analista da corretora Rico. Além da expectativa pela nova equipe econômica , a véspera de feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos reduziu os negócios. Os papéis da Petrobras terminaram em leve queda, assim como os da Vale (-3,84% e -4,03%). O adiamento da votação do projeto que altera a LDO de 2014 foi outra grande justificativa para o mau humor do mercado.


Siderúrgicas

Mal. O setor siderúrgico foi pressionado pelo dólar, pelo preço do minério e por dados negativos de produção de aço. Caíram Gerdau PN (-4,55%), Usiminas PNA (-7,08%) e CSN ON (-7,93%).


Cenário para o aço ainda é nebuloso

Rio de Janeiro. A pouco mais de um mês do fim do ano, o Instituto Aço Brasil (IABr) ainda não tem uma estimativa de produção de aço bruto para 2015. O cenário macroeconômico nebuloso é a principal dificuldade, segundo executivos da entidade.

O IABr revisou as projeções para 2014 - o que afetou as ações das siderúrgicas - e anunciou previsões para o ano que vem apenas referentes a vendas internas e consumo aparente. Neste ano, a produção deve crescer só 0,1%.

Com informações de agências