Seminário na Paraíba abriu a safra no Nordeste e discutiu estratégias de valorização do etanol no mercado nacional
23-08-2016

Na semana passada, nos dias 17 e 18 de agosto, aconteceu no auditório do Estação Ciência Cabo Branco, em João Pessoa, PB, o Encontro “O Futuro que Queremos”.

Promovido por três sindicatos da indústria de fabricação de açúcar e etanol do Nordeste: o Sindálcool, da Paraíba; o Sindaçúcar-PE, de Pernambuco; e o Sindaçúcar-AL, de Alagoas, o evento abriu oficialmente a safra 2016/17 de cana-de-açúcar da região.

No evento, os produtores debateram o cenário desejado de sustentação econômica da produção do etanol e temas relacionados ao setor sucroenergético brasileiro e mundial.

O seminário “O Futuro Que Queremos” apontou a importância da união e alinhamento estratégico dos produtores brasileiros de etanol e do açúcar. Por isso, o evento buscou promover coesão e networking entre os participantes.

O principal foco do evento foram as estratégias de valorização do etanol no mercado de combustível nacional assumidas no Acordo do Clima em Paris (COP21), que prevê dobrar a produção do etanol do país dos atuais 27 bilhões para 54 bilhões de litros até 2030.

Na Paraíba, o setor sucroalcooleiro, a principal matriz energética do Estado, fatura em torno de R$ 1 bilhão, gera 44 mil postos de trabalho (diretos e indiretos) em 26 municípios paraibanos e tem forte relevância no PIB agrícola da Paraíba.

O presidente Executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), Edmundo Barbosa, enfatizou a relevância da discussão apresentada no evento. “É preciso que existam políticas públicas na área do etanol para que possamos reduzir a incidência de consumo de combustíveis fósseis (gasolina e diesel). Por outro lado, também queremos reverter essa onda de pessimismo que o setor vem enfrentando com o fechamento de usinas e postos de trabalhos”, destacou.

Nos últimos cinco anos, foram encerrados 81 empresas e 100 mil postos de trabalho no setor sucroenergético do país. O endividamento do setor cresceu somente em 2015 em torno de 15%, com ausência de previsibilidade e de política de incentivo para o mercado de etanol.

O seminário contou, em sua programação, com palestras sobre setores de produção, comércio internacional, bancos, distribuição e revenda de combustíveis, promovendo uma avaliação conjunta do setor sobre o novo ciclo da cana, mercado, regulação e as perspectivas futuras.

Durante o evento, além da valorização do etanol como matriz energética limpa e renovável, foram discutidas as recentes mudanças na estrutura das empresas da Petrobras como, por exemplo, a BR Distribuidora e a Transpetro no serviço de logística realizado em alguns portos do Nordeste. As alterações em contratos com distribuidoras nos portos preveem, por exemplo, a possível saída da Transpetro dos portos de Cabedelo (PB) e de Maceió (AL), o que vai impactar fortemente a distribuição dos mercados dos combustíveis dos dois Estados.


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