Será que é um bom negócio produzir beterraba açucareira no Brasil?
20-06-2017

1º Fórum de Produtores de AgroEnergia debaterá Avanços na produtividade de Beterraba no Mundo e Produção de Açúcar de Beterraba em Condições Tropicais

A Europa também produz açúcar, mas é da beterraba açucareira e não da cana. Os países europeus, principalmente a França, respondem por 80% da produção mundial de açúcar de beterraba, extraído pela primeira vez em 1747, pelo alemão Andreas Sigismund Marggraf. Mas foi com o incentivo de Napoleão Bonaparte que, em 1811, o francês Benjamin Delessert fez a primeira extração em escala industrial do açúcar da beterraba açucareira.

Também com o incentivo de Napoleão Bonaparte muitos começaram a fazer seleção de sementes para a produção de beterrabas açucareiras com maior teor de açúcar. Com o tempo, o melhoramento genético entrou em ação, o genoma da beterraba foi todo decodificado e as empresas de seleção de sementes usam essa ferramenta para poder criar variedades mais produtivas.

Na época de Napoleão Bonaparte a produção de açúcar por hectare era de 750 kg (75 gramas / m²) hoje em dia essa produção é de 15 mil kg/hectare (1,5kg / m²). A produção de açúcar aumentou 20 vezes. A taxa de crescimento do melhoramento de beterraba é de 2% ao ano, enquanto que a taxa de crescimento para o melhoramento da cana-de-açúcar é de 0,5 % ao ano. Aos sete meses após plantio, a beterraba atinge um porte bonito. A raiz já pesa cerca de 700 gramas e está no ponto para indústria.

O açúcar da cana domina o mercado mundial com uma fatia de 80%, a beterraba abocanha os outros 20 %. Mas existem grandes investimentos na área de pesquisa para novas variedades de sementes para elevar a produção de beterraba de 100 toneladas por hectare para 150 toneladas, o que deixa o açúcar de beterraba cada vez mais competitivo em relação ao de cana.

Nos anos de 1980, a Embrapa iniciou pesquisas de variedades de beterraba açucareira para cultivo em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, variedades que apresentam entre 16% a 18% de açúcar na matéria seca e produção de álcool em torno de 80 a 95 litros por tonelada de beterraba. Sim, também se produz álcool com o açúcar da beterraba. Na época, o tema não vingou, mas agora há quem defenda que a produção de beterraba açucareira adaptada às condições tropicais pode ser uma boa alternativa, principalmente, para pequenos e médios produtores, uma vez que não exige grandes áreas e menor investimentos em máquinas.

O assunto estará em discussão no 1º Fórum de Produtores de AgroEnergia, que acontece em 23 de agosto na 25ª FENASUCRO & AGROCANA, a maior feira de tecnologia sucroenergética do mundo, realizada de 22 a 25 de agosto, em Sertãozinho, SP. Entre os temas que serão debatidos no Fórum estão: Avanços na produtividade de Beterraba no Mundo e Produzindo Açúcar de Beterraba em Condições Tropicais.

O Fórum de Produtores de AgroEnergia será um evento internacional (Farmers Forum AgriEnergy), foram convidados mais de 40 países produtores de açúcar de cana e de beterraba. Estima-se a presença de 500 produtores no evento, que é realizado pela Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA), pela DATAGRO Consultoria e que conta com a Infraestrutura Organizacional da Reed Alcântara Machado, organizadora da FENASUCRO & AGROCANA.

Programação e inscrições pelo site: http://www.datagroconferences.com.br/forumagroenergia2017/pt-br/


Mais informações com Elizabeth Alves, Coordenadora de Comunicação da ORPLANA: elizabeth@orplana.com.br