Setor deixa para a última hora e se enrola para cumprir a lei do enlonamento de carga
24-05-2017

Lei entra em vigor a partir de 1º de junho, mas previsão é que mais de 50% da frota canavieira não conta com dispositivo de enlonamento da carga

Correria. Esse tem sido o ritmo do setor sucroenergético nesses últimos dias para cumprir a resolução 618 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que exigi, a partir do próximo dia 1º de junho, o enlonamento das cargas de cana “in natura” nos caminhões canavieiros que trafegarem em rodovias municipais, estaduais e federais.

Apesar da notícia não ser nova, grande parte do setor não se preparou antecipadamente para cumprir as normas. Para muitos, o principal entrave que contribuiu para postergar a adequação das carretas foi a questão financeira – o custo de cada dispositivo para colocação das lonas ou telas de enlonamento nas gaiolas canavieiras, varia de R$ 1,5 mil, o manual, até R$ 10 mil, o elétrico.
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) explica que a medida, aplicada ao transporte de cana e de outros produtos, visa impedir o derramamento da carga nas estradas. O consultor na área de motomecanização, Luiz Nitsch, observa que essa lei de enlonamento de cargas, já existe há 40 anos, outros segmentos, como o de grãos, já a cumprem há muito tempo e, só agora chegou ao canavieiro.

Por duas vezes o setor conseguiu que a norma fosse adiada. Porém, não tem mais conversa. Nitsch, com informações do próprio Contran, salienta que não haverá mais prorrogações. A partir de 1 de junho, autoridade competente de trânsito poderá autuar aquele que trafegar sem a proteção adequada nas carretas por infração grave, com multa de R$ 195 e a perda de cinco pontos na carteira de motorista. O pior, é que a multa é por equipamento, ou seja, os treminhões podem chegar a receber quatro multas na mesma atuação: Cavalo Mecânico, Reboque, Semi- Reboque e Dolly. O veículo pode ser apreendido e o motorista levar 20 pontos na carta.

Resultado: o setor corre para se adequar à lei. No entanto, não há tempo hábil para a colocação dos dispositivos. “O equipamento tem para a venda, o problema é que é necessário ter profissionais para realizar a colocação, adequá-lo e orientar as equipes das usinas sobre o manejo correto. Isso, leva cerca de 10 dias. Esse processo deveria ter acontecido bem antes e não deixar para a última hora”, salienta Nitsch.

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