Setor Sucroenergético e Governo de São Paulo celebram 10 Anos de Boas Práticas Agroambientais
08-06-2017

O setor conseguiu reduzir o uso de recursos hídricos na indústria e atingir a meta de 97,4% de área sem a prática da queima

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e as Secretarias Estaduais do Meio Ambiente e da Agricultura reuniram, no dia 06 de junho, as principais lideranças da cadeia sucroenergética, na sede da UNICA, para celebrarem os resultados alcançados no âmbito do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, que completa 10 anos. Na ocasião, os secretários Ricardo Salles (Ambiente) e Arnaldo Jardim (Agricultura), a presidente da UNICA, Elizabeth Farina, e Pedro Mizutani, presidente do Conselho da entidade, também anunciaram a renovação da inciativa com novas metas.

Como parte do Projeto Etanol Verde das Secretarias paulistas, o Protocolo representa um modelo de parceria e diálogo desenvolvido entre o setor produtivo e o Estado, no qual, voluntariamente, as usinas e fornecedores se comprometeram com a antecipação dos prazos legais para o fim da despalha da cana por meio do uso de fogo; a recuperação de matas em nascentes e a proteção das áreas de preservação de outros cursos d'água; e adoção de uma série de práticas de manejo para garantia da sustentabilidade em sua cadeia produtiva. Até o final deste ano, os signatários terão eliminado por completo o uso da queima como método agrícola para despalha da cana.

Segundo Elizabeth Farina em seu discurso, não existe desconexão entre o meio ambiente e a agricultura no Brasil. "Iniciativas como essa mostram sintonia dessas duas pastas com o protagonismo do setor sucroenergético", completou. Nesta mesma linha, Ricardo Salles parabenizou o segmento sucroenergético por trazer ganhos concretos ao meio ambiente. "O setor conseguiu obter ganho de produtividade com menor uso de recursos hídricos na indústria e atingir a meta de 97,4% de área sem a prática da queima", afirmou. Já Arnaldo Jardim, enfatizou a continuidade de boas práticas do setor em consonância com o RenovaBio, programa do Governo Federal que tem como objetivo expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseado na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social, e compatível com o crescimento do mercado.

No período da última safra (2016/2017), 131 usinas e 25 associações de fornecedores de cana receberam o Certificado Etanol Verde em decorrência do cumprimento dessas ações. As signatárias são responsáveis por aproximadamente 95% da produção paulista e 47% da produção nacional de etanol. Isso significa que 24% da área agricultável do Estado estão compromissados com boas práticas agroambientais.

A seguir, os principais resultados apresentados por Arnaldo Jardim durante o encontro:
 97,5% da área de cana do Estado de São Paulo não se pratica a queima na colheita;
 Desde o início da vigência do Protocolo (2007), deixou-se de emitir mais de 9,27 milhões de toneladas de CO₂ eq e mais de 56 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos (monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos);
 As emissões de gases de efeito estufa evitadas já equivalem ao que teria sido emitido por cerca de 162 mil ônibus circulando durante um ano;
 O setor sucroenergético do Estado de São Paulo acumula um ativo de 3.747 colhedoras (entre próprias e terceirizadas), ao passo que na safra 2007/08 o total era 753;
 Mais de 200 mil hectares de áreas ciliares e 8.230 nascentes foram protegidas e recuperadas;
 60% das usinas signatárias possuem programas de restauração florestal de seus fornecedores de cana;
 Desde 2010, as usinas reduziram em 40% o consumo de água para o processamento industrial, em função de sistema de reúso, aprimoramento de processos industriais e avanço da colheita mecanizada;
 O consumo de água passou de 1,52 m³ por tonelada de cana na safra 2010/2011 para 0,91 m³ por tonelada de cana na safra 2016/2017.