Tecnologia promete solucionar o problema da palha remanescente da colheita mecanizada de cana
08-09-2017

Diferença entre o brotamento com cobertura de palha inteira (à esquerda) e de palha picada (à direita).  Foto: Divulgação Projeto SUCRE/CTBE/CNPEM
Diferença entre o brotamento com cobertura de palha inteira (à esquerda) e de palha picada (à direita). Foto: Divulgação Projeto SUCRE/CTBE/CNPEM

Pode ainda elevar a produção de energia em até sete vezes

Uma tecnologia do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), promete solucionar o problema da palha remanescente do processo de colheita mecanizada da cana-de-açúcar e ainda elevar a geração de energia em até sete vezes. Trata-se da inclusão de um triturador de palha montado dentro da colhedora de cana. O engenheiro do CTBE, Jorge Luís Mangolini Neves, explica que a ideia é adicionar dois conjuntos de facas, um com 17 facas e outro com 19, no mesmo eixo do extrator primário, peça que atua na limpeza dos colmos, eliminando impurezas minerais e vegetais, porém, girando no sentido oposto. Essas facas, segundo ele, irão triturar a palha, deixando-a com apenas 12mm. Posteriormente, a expulsão ocorrerá de forma tradicional.

A partir daí, é possível trabalhar em três frentes distintas. Uma delas consiste em virar o capuz do extrator primário para o chão e jogar 100% dessa palha triturada no campo, essa ação diminui de 6% para 4% a quantidade de impurezas vegetais levadas para a indústria e aumenta em 17% a eficiência da estação de limpeza a seco. Em ambos os casos, os benefícios ocorrem em função de uma maior limpeza dos colmos. “Além disso, há um aumento de brotação nas áreas com cobertura de palha triturada sobre o solo. Com uma granulometria de 12,5 milímetros, a palha permite que o perfilho cresça com mais facilidade, substituindo o fertilizante mineral e tornando desnecessário a operação de aleiramento realizada em regiões com temperaturas entre 20,5ºC e 22ºC no início do cultivo.”

Porém, caso a usina queira utilizar parte dessa palha para cogeração de energia ou produção de etanol 2G é possível virar um pouco o capuz do extrator primário para o transbordo e levar 50% dessa palha triturada para a indústria – o restante ficará sobre o solo, garantindo assim benefícios agronômicos ao mesmo. Isso aumentará em 28% a quantidade de palha no transporte sem que a densidade da carga seja alterada. Com isso, os pontos críticos do recolhimento de palha por colheita integral ou parcial, de baixa densidade, maior necessidade de equipamentos e maior custo por tonelada, deixam de existir. “Além disso, há a redução de 30% do custo de trituração na palha na indústria e um possível aumento de 40% para 70% da eficiência da estação de limpeza a seco, já que será mais fácil expulsar a palha da cana utilizando o mesmo fluxo de ar dos ventiladores”, explica o engenheiro.
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