Titulares de CRA da Cerradinho Bio concedem waiver e evitam vencimento antecipado
26-04-2024
Empresa terá que pagar um prêmio ("waiver fee") aos titulares dos certificados
Por Camila Souza Ramos — São Paulo
Os titulares de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) da Cerradinho Bio aprovaram nesta quinta-feira (25/4) em assembleia um waiver (concessão) à obrigação da companhia de cumprir com métricas financeiras relativos à safra 2023/24, encerrada em março. Com a concessão, os credores evitaram o vencimento antecipado dos títulos.
A Cerradinho Bio tinha que cumprir com uma alavancagem (dívida líquida sobre Ebitda) de até 3 vezes, além de um indicador da razão entre o Ebitda e a despesa financeira líquida. Parte dos CRAs foi emitidos pela Neomille, subsidiária da Cerradinho Bio responsável pelo negócio de etanol de milho.
Assembleia de credores
Participaram da assembleia 33,65% dos titulares do CRA da Neomille emitidos pela securitizadora Ecoagro, sendo que 30,94% dos titulares destes CRAs aprovaram o waiver. Dos titulares do CRA da Cerradinho emitidos pela securitizadora Virgo, a participação an assembleia foi de 38,73% dos credores, sendo que mais de 80% dos presentes aprovou o waiver.
Com a concessão, a CerradinhoBio terá que pagar um prêmio (“waiver fee”) aos titulares de CRA que pode variar de 0,3% a 0,5% do valor atualizado de cada CRA, a depender do quanto a alavancagem superar o compromisso estabelecido inicialmente. Também haverá o pagamento de um prêmio de 0,1% sobre o valor de cada CRA se o índice entre o Ebitda e a despesa financeira for menor de 2 vezes ou igual a 1,5 vez.
Contexto
A sucroalcooleira pediu a concessão do cumprimento dos indicadores diante de uma receita abaixo que o esperado com a depreciação do etanol e dos dispêndios para expandir a usina de etanol de milho em Maracaju (MS) e para construir a primeira fábrica de açúcar em Chapadão do Céu (GO).
O balanço da safra só será divulgado em junho. No encerramento do 3º trimestre da temporada, a Cerradinho Bio tinha quase R$ 1,3 bilhão em dívida com titulares de CRA, sendo R$ 300 milhões com os titulares de CRA da Virgo e R$ 630 milhões com os do CRA da Ecoagro.
No fim do 3º trimestre, a alavancagem da companhia ficou em 4,79 vezes.
Fonte: Globo Rural