Transportadoras têm dificuldade em fechar contratos para 2015
20-08-2014
Empresas que oferecem transporte na hidrovia Tietê-Paraná estão encontrando dificuldades em negociar contratos para o próximo ano.
"Os contratos de 2015 não podem ser fechados porque não sabemos quando a navegação será retomada", diz Luiz Fernando Horta de Siqueira, presidente do sindicato das empresas que oferecem o serviço.
Agosto é quando as negociações começam e alguns negócios já são feitos. Neste ano, porém, nenhuma negociação foi concluída ainda.
Pela hidrovia são levados soja, milho, celulose, cana-de-açúcar, madeira, carvão e adubo. Os grãos vêm de Goiás e Mato Grosso. A madeira e a celulose vêm do Mato Grosso do Sul; a cana, de São Paulo.
Horta estima que o prejuízo com a paralisação chegue a R$ 200 milhões e que cerca de mil trabalhadores tenham sido demitidos por causa da interrupção da navegação.
Edeon Vaz, coordenador da Aprosoja, a maior associação de produtores da oleaginosa do país, disse que a prioridade para 2015 será o transporte por rodovia, já que não há previsão de retorno da atividade na hidrovia.
Segundo ele, apenas 500 mil toneladas foram transportadas pela hidrovia até maio deste ano --um quinto da previsão inicial. O prejuízo para o setor deve passar dos R$ 60 milhões neste ano.
Segundo Vaz, esses dois milhões de grãos transportados por rodovia devem levar quase 40 mil caminhões às estradas e elevar custos. "O transporte fluvial é 55% mais barato que o rodoviário."
João Alberto Pedrini