Unica destaca potencial da cana no cenário mundial de redução das emissões de CO2
05-04-2017

(dir. p/ esq.) Ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e executivas da UNICA em Fórum internacional
(dir. p/ esq.) Ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e executivas da UNICA em Fórum internacional

A agricultura terá um papel cada vez mais preponderante na produção de energias renováveis, principalmente em função das metas adotadas por mais de 190 países no Acordo de Paris. Neste contexto, um dos exemplos mais positivos vem do Brasil, onde o cultivo de cana-de-açúcar dá origem a uma gama de produtos com capacidade de reduzir drasticamente as emissões de CO2 nos segmentos de transportes, elétrico e até químico, como é o caso do etanol, bioeletricidade e bioplásticos.

Buscando disseminar este conhecimento junto ao público internacional, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), parceira da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em projeto que promove a imagem dos derivados sucroenergéticos no exterior, participou, entre os dias 28 e 29 de março, de dois importantes eventos realizados em Bruxelas e Amsterdã.

Na capital belga, a UNICA esteve no “Forum for the Future of Agriculture”, considerado um dos maiores congressos para agricultura na União Europeia (UE), com forte presença de tomadores de decisão, representantes da sociedade civil e acadêmicos, entre os mais de 2.000 participantes.
um estande articulado pela Apex-Brasil e estrategicamente posicionado próximo ao auditório principal, por onde passaram autoridades como o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a UNICA expôs materiais informativos (produtos e folders) que explicam a diversificação da produção canavieira no Brasil. “Foi um dos espaços mais movimentados do Forum. Tivemos um bom fluxo de visitas, incluindo as presenças da ex-ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e do embaixador do Brasil junto à UE, Everton Vargas”, informa a assessora sênior da presidência para Assuntos Internacionais da UNICA, Géraldine Kutas, que ali esteve acompanhada pela coordenadora de Relações Institucionais da entidade, Rachel Glueck.
práticas de preservação florestal, aliadas à produção em larga escala de produtos agropecuários no Brasil, foram pontos altos no segundo painel de discussão do Forum. Durante o debate, moderado pela BBC e com as presenças de ministros europeus e da OCDE, a ex-ministra Izabella, perguntada sobre o mito de que existe desmatamento na Amazônia para se produzir etanol, reforçou que a maior parte da agricultura canavieira acontece longe de biomas. “No Brasil, produção e proteção andam juntos”, enfatizou.

Outra palestra que destacou a sustentabilidade do setor nacional foi a do vice-presidente executivo da Native do Grupo Balbo, dono da usina São Francisco – associada à UNICA –, Leontino Balbo Junior. Ele destacou especialmente as boas práticas empregadas no cultivo de cana orgânica. Participaram do debate os presidentes da Van den Borne Aardappelen e do Savory Institute, Jacob van den Borne e Allan Savory, nesta ordem.

Amsterdã

na cidade holandesa, a UNICA também participou do “World Bio Markets”. Com uma apresentação analisando o etanol de primeira geração (1G) como base para o avanço de biocombustíveis celulósicos (2G), Géraldine Kutas sublinhou a importância da complementaridade destes dois produtos frente à demanda crescente por fontes renováveis no setor de transporte, que responde por 1/4 das emissões globais de GEEs.

Falando para uma plateia formada majoritariamente por representantes de ONGs e grandes indústrias, a executiva da UNICA esclareceu, a exemplo de Izabella Teixeira no dia anterior, pontos importantes referentes à sustentabilidade da produção do etanol no Brasil, como a ausência de conflito entre produção de alimentos e combustíveis. Ressaltou ainda a existência do código florestal e o potencial do etanol para diversificar a matriz energética europeia.

"No Brasil não temos o problema alimentos versus combustível. Nossa principal questão é a necessidade de atender a um mercado de biocombustíveis em expansão, ou seja, como o etanol 1G e 2G podem ajudar neste caso", enfatizou Kutas, que teve a companhia do Analista Político da Ethanol Europe Renewable Limited, James Cogan, e do diretor de Negócios, Tecnologia e Integração da Marquis Energy, Bart Pieper.