Usinas de cana fazem Itapetininga ser a 8ª do país em contratações
06-06-2016

O período de colheita de cana-de-açúcar foi o principal motivo para Itapetininga (SP) ser o oitavo município do país com o maior saldo de admissões em abril deste ano, afirma a diretora técnica do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) da cidade, Claudia Garcia. O município teve saldo positivo de 771 contratações, apontam dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

“A área do agronegócio, principalmente o das usinas de cana, foi o setor que mais contratou. Essas empresas ficaram cerca de 30 a 90 dias pesquisando até realizarem as contratações em abril. Muitos foram chamados temporariamente para a colheita, mas a maioria está com contrato por tempo indeterminado”, conta.

Conforme o Caged, em Itapetininga foram 2.145 contratações e 1.374 desligamentos em abril, saldo de 771. No estado de São Paulo, a cidade ficou abaixo apenas de Pontal (SP) com saldo de 1,8 mil. Em âmbito nacional, a primeira colocada foiJuazeiro (BA) com saldo de 1,9 mil. Em contrapartida, São Paulo (SP) foi a “campeã” do saldo negativo: -10,7 mil.

Ainda de acordo com Claudia Garcia, do PAT de Itapetininga, apesar do aumento nas contratações no setor agrícola, o município é afetado por uma crise no comércio. “Tem muitas lojas fechando e indústrias que estão reduzindo o número de empregados. O comércio continua com a queda que começou em 2015. Por outro lado, o setor agrícola já começou a melhorar e não contratava tanta gente assim desde 2014”, afirma.

Já o setor de prestação de serviços se mantém estável há meses, ressalta ela. O número de contratações fica abaixo do agronegócio, mas é uma opção para quem já trabalhava no setor de comércio. “As pessoas contratadas no campo normalmente já trabalharam no ramo antes. É incomum esse tipo de migração, de quem trabalha com comércio ou serviço e vai para o agronegócio”, diz.

Um exemplo de contratados recentemente é a recepcionista Franciele Pereira Tiburcio Rodrigues, de 21 anos, que foi empregada no último dia 16. Desempregada desde dezembro, quando saiu do estágio de Análise de Desenvolvimento de Sistemas, Franciele conta que "suou" para conseguir uma vaga.

“Foi bem complicado, pois tive que ir várias vezes ao PAT para pedir vaga. É ruim estar desempregado e já estava há cinco meses, quando meu contrato de estágio e a faculdade acabaram. Mesmo não trabalhando na área em que estudei, esse emprego é uma ótima oportunidade para conseguir experiência. É o meu quinto emprego, o segundo de recepcionista”, conclui.