Os segredos da Usina Santo Ângelo para ser bicampeã em produtividade
17-02-2021

Companhia mineira foi uma das campeãs de produtividade agrícola da premiação criada pelo Grupo IDEA em parceria com o CTC

Leonardo Ruiz

Pelo segundo ano consecutivo, a Usina Santo Ângelo sagrou-se a grande campeã de produtividade agrícola segundo índice criado pelo Grupo IDEA em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). A premiação é realizada desde 2002 e analisa, anualmente, as empresas do setor segundo suas performances agrícolas ao longo da safra, levando em consideração critérios como: TCH, TAH, ATR e idade média dos canaviais. Este ano, o evento foi realizado de forma online, e a Santo Ângelo dividiu a primeira colocação com a Usina Bevap, ambas com um índice IDEA de 238,1.

Fundada em 1984, a Usina Santa Ângelo está localizada no município mineiro de Pirajuba. Anualmente, produz açúcar VHP, etanol hidratado, energia elétrica e grãos. Na safra passada, bateu recorde de produção, com 3,921 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas. A severa estiagem que abateu todo o Centro-Sul do país em 2020 também impactou os números da companhia, que viu sua produtividade agrícola (TCH) cair de 101,40 ton/ha em 2019 para 95,11 ton/ha em 2020. O ATR, porém, foi um dos melhores já registrados: 140,04 kg/ton.

“Podemos não ter o maior TCH ou o melhor ATR, mas temos a maior longevidade”, ressaltou o gerente agrícola da Santo Ângelo, Alberto Bortoletto. Segundo ele, a perenidade das lavouras é um dos focos de trabalho da companhia. Em 2020, a idade média dos canaviais foi de 4,88 anos, o maior dos últimos anos.

O profissional explica que, ao longo da última década, a usina tem trabalhado fortemente no sentido de elevar sua longevidade. Uma das alavancas foi a utilização de subprodutos (compostagem) em áreas de soqueira e cana-planta. “Em anos anteriores, utilizávamos basicamente torta de filtro no fundo do sulco. As cinzas, por sua vez, eram descartadas. Há sete anos, decidimos implementar um projeto de compostagem.” Atualmente, 16% da área total da companhia recebe esses compostos. O intuito é aumentar para 30% no futuro próximo.

Além da compostagem, a Santo Ângelo trabalha com irrigação por aspersão e aplicação localizada de vinhaça. “A irrigação foi triplicada nos últimos anos, se estendendo inclusive para áreas de fornecedores. Já a aplicação localizada de vinhaça é adotada em 35% da área total, podendo chegar a 60% em breve. Apenas as regiões muito distantes da unidade industrial não serão beneficiadas por essa ferramenta. No entanto, esses locais recebem adubação parcelada e, até o momento, a resposta tem sido bastante positiva.”

Bortoletto destacou, ainda, a importância da rotação de culturas, que no caso da companhia mineira, é realizada com soja. Na safra passada, mais de três mil hectares foram plantados com a leguminosa. “A resposta que a soja acarreta na produção de cana é espetacular. Por conta disso, 100% das nossas áreas de renovação são cultivadas com ela.”

Fonte: CanaOnline