40% das unidades sucroenergéticas produzem energia elétrica apenas para o seu consumo
18-10-2021

Políticas públicas podem impulsionar essas unidades a investirem na ampliação de geração de energia, passando a fornecer para o sistema elétrico nacional

A crise hídrica que o Brasil atravessa afeta diretamente a produção de energia elétrica. Com os principais reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) atingindo níveis consideravelmente baixos para essa época do ano. Essa conjuntura sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e necessidade de acionamento máximo dos recursos termelétrico, sujando nossa matriz energética.

E também encarece a energia, pois faz com que o consumidor pague pela energia elétrica a bandeira tarifária vermelha, patamar 2. O funcionamento das bandeiras tarifárias funciona assim: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.

Essa situação de menor oferta de energia e preços altos é algo já há tempos anunciado. Especialistas na área têm alertado vários governos, inclusive o atual, sobre a necessidade de investir na diversificação de fontes de energia renováveis, entre elas a da biomassa, por não se tratar de uma energia intermitente, ou seja, é possível contar com ela, pelo menos na maior parte do tempo.

A biomassa da cana se destaca entre as soluções de fonte de energia elétrica para o Brasil, Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apontam que, de janeiro até agosto de 2021, a geração pela bioeletricidade à rede foi de 17.412 GWh. Essa geração acumulada no período representou atender o consumo anual de 9 milhões de unidades residências ou 23% da geração do ano passado pela Usina Itaipu.

Mas essa participação pode aumentar, pois das 366 unidades sucroenergéticas em funcionamento, 146 não ofertam excedentes de energia elétrica para a rede. Segundo Zilmar de Souza, gerente de Bioeletricidade da Unica, se houver uma política pública focada na bioeletricidade, essas unidades poderão investir no retrofit, modernizando seu parque industrial, aumentando a eficiência, gerando mais energia, comercializado o excedente, e com isso, o sistema terá mais oferta e a energia será mais barata.

Saiba mais conferindo a gravação da live - “A nova indústria sucroenergética - Da evolução da manutenção às diferentes oportunidades de negócios” – realizada pela CanaOnline e que contou com a participação de Zilmar de Souza

Basta clicar: https://www.youtube.com/watch?v=MVjk26DlItI

Fonte: CanaOnline