A bioeletricidade é energia limpa, mas Dilma prefere as térmicas de carvão
20-01-2015

A bioeletricidade é uma energia limpa e renovável, feita a partir da biomassa: resíduos da cana-de-açúcar (bagaço e palha), restos de madeira, carvão vegetal, casca de arroz, capim-elefante e outras. No Brasil, 80% da bioeletricidade vem dos resíduos da cana-de-açúcar. Cada tonelada de cana moída na fabricação de açúcar e etanol gera, em média, 250kg de bagaço e 200kg de palha e pontas. 

Mas a geração de bioeletricidade a partir da cana já é praticada pelo setor há décadas. Tudo começou com o aumento exponencial do volume de cana processado pelas usinas a partir do Proálcool. Com alto teor de fibras, o bagaço de cana passou a sobrar em grande quantidade do processo industrial das usinas. Isto poderia ser um problema para as unidades, mas que com alguns investimentos, passaram a empregar o bagaço na produção de vapor e energia elétrica, utilizados para a fabricação de açúcar e etanol. De resíduo, virou subproduto precioso, pois passou a garantir a autossuficiência energética das usinas durante o período da safra.
Quando o setor passou a comercializar energia para a rede, as usinas perceberam que poderiam explorar outro produto, além dos consagrados açúcar e do etanol. Hoje, para inúmeras empresas do segmento canavieiro, a bioeletricidade já se transformou em importante fonte de renda.
Segundo o Balanço Energético Nacional de 2013, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a fonte biomassa atingiu uma produção de 39.679 GWh, incluindo tanto a energia elétrica destinada para o autoconsumo das unidades industriais, quanto a encaminhada para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Em relação a 2012, a geração de 2013 foi superior em 14%, o equivalente à geração total que a Usina Belo Monte produzirá a partir de 2019, quando estiver em funcionamento pleno. A fonte biomassa, em novembro de 2013, havia atingido outro marco histórico, quando superou a potência instalada prevista para Belo Monte, de 11.233 MW.
Atualmente, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as 480 termelétricas à biomassa em operação têm 11.571 MW instalados, representando 8,4% da matriz elétrica do Brasil. A energia a partir da biomassa da cana já representava cerca de 3,5% de toda energia consumida no País no final de 2013 e a Unica prevê que este número tenha atingido 4% no final de 2014, uma vez que alguns grupos sucroenergéticos venderam energia ao mercado de curto prazo ao longo do ano.
Já é possível afirmar que a cana-de-açúcar, desde 2013, é a segunda principal fonte de energia do País (etanol + bioeletricidade), atrás do petróleo e acima da hidroeletricidade.
Acompanhe a CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e celulares e recebe as edições da revista – www.canaonline.com.br