A cana-de-açúcar mudou para melhor a vida de Maria Regina Martins

22-05-2025

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Rastelar café, dar lavagem aos porcos e andar quilômetros até a escola mais próxima. Quem olhava de fora, via dureza na vida levada por Maria Regina Martins. Mas não para ela. A infância na roça lhe traz recordações maravilhosas. Se pudesse, viveria tudo aquilo de novo.

Nascida em meio às colônias de fazendas cafeeiras do interior de São Paulo, Maria Regina cresceu junto de suas cinco irmãs, tendo o campo como paisagem de sua janela. Ainda criança, auxiliava os pais no cultivo do café. Limpava troncos, tirava os brotos e fazia a rastelação dos grãos que caiam no chão após a derriça.

Quando chegava em casa, era hora de cuidar da horta da família. Auxiliava na criação dos animais, dando lavagem para os porcos e ração para as galinhas. Mas a vida na roça não era apenas de obrigações. Pique-esconde até escurecer, soltar pipa, pular amarelinha e ir à cidade com a mãe para comprar linha de costura eram algumas das atividades que enchiam de alegria o coração daquela criança.

“A vida era muito difícil. Todos trabalhávamos de sol a sol. As mãos do meu pai eram inchadas de tantos calos. Apesar dessas dificuldades, foi uma época de muita riqueza. Não de bens materiais, porque não tínhamos nem geladeira e a energia elétrica era restrita à sede da fazenda, mas de coisas que o dinheiro não compra, como felicidade, paz e muito amor.”