A cana e o açúcar
29-04-2016

Melhora na conjuntura internacional da commodity incrementa o caixa das usinas e anima o setor sucroenergético

Leonardo Ruiz

Foi há pouco menos de 500 anos, em 1532, que o português Martim Affonso de Souza montou, em São Vicente, SP, o primeiro engenho de cana-de-açúcar do Brasil. A partir daí,o açúcar viria a ser um dos grandes alicerces da economia brasileira ao longo de sua história.
De 1980 a 1994, a produção brasileira de açúcar girava em torno de nove milhões de toneladas, volume que foi crescendo gradativamente ao longo dos anos subsequentes. O grande salto, de 44,5%, aconteceu entre as safras de 2005/06 e 2010/11, culminando em uma produção de, aproximadamente, 38 milhões de toneladas, que se estendeu pelos três ciclos seguintes.
Porém, nas duas últimas safras esses números regrediram. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no ciclo 2014/15, a produção de açúcar caiu para 35,56 milhões de toneladas. Já na safra 2015/16, finalizada no último dia 31 de março, o volume foi ainda menor: 33,49 milhões de toneladas.
Para a Conab, cinco estados são responsáveis por essa queda:

São Paulo: Apesar do aumento na produção, o ATR (açúcar total recuperável) deve fechar 2015/16 em 130 kg/t, contra 138,8 kg/t da safra passada, o que acarreta numa menor produção de subprodutos. A redução deve ser de 617,2 mil toneladas de açúcar.

Alagoas e Pernambuco: O déficit hídrico acabou prejudicando o desenvolvimento das lavouras, ocasionando, assim, quebra de produção.

Paraná: Ao contrário de Alagoas e Pernambuco, aqui o excesso de chuvas atrapalhou a colheita, o que reduziu a área colhida.

Goiás: A produção de açúcar deve fechar menor em detrimento à maior produção de etanol.

Para a próxima safra, a Conab estima uma produção total de 37.509,9 mil toneladas de açúcar, o que caracteriza um aumento de 12% em relação ao ciclo anterior. Seis estados deverão ser os maiores responsáveis por esse incremento: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Alagoas.


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