A economia do baixo carbono é uma grande oportunidade para a cana-de-açúcar
01-12-2015

“É crescente a discussão internacional sobre a taxação de carbono. Todo combustível que traz qualquer insumo que acarrete dano ao meio ambiente teria que pagar por isso, o que cria um campo de oportunidades enorme para o etanol”, afirma Luís Roberto Pogetti, da Copersucar. 

“Se considerar que isso será buscado em Paris [na COP21], uma tese seria de os países definirem um padrão mundial na mistura de combustível com o etanol. Se esse padrão mundial fosse de 10%, estamos falando, entre novembro de 2015 a 2030, de uma demanda adicional de 50 bilhões de litros. E o Brasil, por dispor de tecnologia e ter disponíveis recursos naturais, teria grande possibilidade de atender essa demanda”, relata Pogetti.
Ele enxerga esse cenário, em que vai ganhar força a economia de baixo carbono, de forma muito positiva. “E o etanol está pronto para esse ciclo. E nesse campo os concorrentes ainda estão distantes, com pelo menos 40 anos de atraso. Por isso, existe uma oportunidade de vanguarda para o Brasil.”
Mas se o futuro é brilhante, Pogetti considera como essencial o setor priorizar a inovação tecnológica para concretizar essa equação.
“Por isso, estamos [na Copersucar] trabalhando forte com o CTC com o compromisso de dobrar a produtividade da cana em 10 anos.”
Fora a inovação tecnológica, que está sob o comando do setor, outro aspecto importante para se viabilizar esse futuro é a premência por políticas públicas mais estáveis. Ante a esse futuro promissor do etanol, ele acredita que pode ser interessante uma política que venha “’roubar’ um pouco da tão difundida flexibilidade entre açúcar e etanol. Se o Brasil caminhar nessas propostas e conseguir viabilizar um programa de etanol que chegue a 50 bilhões de litros, talvez nosso canavial deva ser 2/3 voltado a etanol e 1/3 para açúcar.”
Porém, segundo Pogetti, não existe espaço no mercado de açúcar para absorver uma variação tão importante do mercado de etanol. “O setor terá de evoluir para uma visão de que, se quiser produzir combustível, terá de buscar a viabilidade de produzir o combustível, sem a mesma flexibilidade. A possibilidade de produzir combustível ou açúcar de acordo com a melhor rentabilidade, não persistiria.”
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