A expectativa é de safra maior no Centro-Sul, mas com cana de menor qualidade
29-06-2015

Na safra 2015/16, a qualidade da matéria-prima está inferior em relação ao ciclo passado. Segundo levantamento da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), correspondente à primeira metade de junho, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 124,34 kg por tonelada de cana-de-açúcar processada. Este resultado é praticamente igual ao verificado na quinzena anterior (124,22 kg por tonelada), mas corresponde a uma retração de 4,22% se comparado ao índice computado no mesmo período do último ano (129,81 kg por tonelada).

No acumulado desde o início da atual safra 2015/2016 até 16 de junho, a concentração de ATR totalizou 118,4 kg por tonelada de matéria-prima, mais de 3 kg abaixo dos 121,65 kg por tonelada registrados em igual período de 2014.
Na semana passada, conversando com diferentes produtores de cana-de-açúcar durante a 11º Agronegócios Copercana, em Sertãozinho, SP, esse cenário ficou bastante evidente. “A produtividade da cana neste ano está pouco melhor do que no ano passado, quando tivemos uma grande estiagem. Mas a parte de qualidade do produto não está boa. Estamos produzindo um pouco mais que ano passado e o nível de ATR não está satisfazendo, porque a cana está verde. Por ter tido uma chuva mais tardia e veio o frio agora em maio e junho”, frisa Célio Márcio Sorci, produtor de cana na região de Cravinhos, SP, acrescentando ainda outro problema: o início do florescimento de algumas variedades em seus canaviais. Sorci cultiva uma área de 400 hectares, produzindo cerca de 35 mil toneladas de cana.

MAIS CANA, MENOS AÇÚCAR

Segundo Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, em termos de andamento, a safra 2015/16 está indo bem. “A moagem da safra começou mais tarde. Tivemos chuvas em março, abril, maio, o que por um lado foi bom, mas comprometeu o lado da qualidade da cana, da maturação. Com certeza vamos ter safra maior no Centro-Sul, mas com quantidade de açúcar menor. Isto praticamente equilibra a produção de açúcar e de etanol em relação à safra passada.”
Para ele, a chuva do início da safra atual sinaliza que talvez não se consiga moer toda cana durante o ciclo, o que significa ter cana bisada para o próximo ano e antecipação da safra 2016/17. “Isto pode representar entressafra menor e pouco tempo para o preço ter reação. Hoje o custo está muito alto e o preço de cana na está remunerando o custo de produção.”


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