A influência do clima na safra 2016/17
18-04-2016

O número final da safra dependerá do comportamento das chuvas durante o ano

O economista Marco Antonio Conejero relata que a Agroconsult e a Copersucar acreditam em um crescimento de 3% da safra 2016/17 em relação à safra passada, uma evolução para algo em torno de 680 milhões de toneladas de cana no Brasil, sendo 625 milhões de toneladas no Centro-Sul. Isso deve contribuir para o crescimento da produção de açúcar, mas não de etanol.

Já a consultoria Kingsman aposta em uma produção de 35,12 milhões de toneladas de açúcar (crescimento de mais de 10%) e 27,3 milhões de litros do biocombustível (estável em relação à 2015/16). Ou seja, o mix deve crescer para açúcar (44,20%).

“A dúvida está ainda no comportamento das chuvas durante a safra e quanto isso irá impactar na moagem das usinas e no resultado final do ATR em kg/ tonelada de cana. Por exemplo, o tempo chuvoso em março/2016 frustrou a expectativa de antecipação do início da próxima safra”, relata Conejero.
Para a safra 2016/17, Padua espera um volume de produção semelhante ao da safra 2015/16. “Ou seja, poderemos ter entre 615 e 620 milhões de toneladas de cana.”

O grande diferencial de 2016 é a expectativa de preços melhores para os produtos do setor. “Todos trabalham com o cenário de que nessa safra o preço será melhor do que na passada na ordem de 13% a 14%.”
Como não deverá haver mudança significativa no volume de cana moída, e também não houve investimento na capacidade de processamento, de modo geral, o que vai dimensionar o tamanho da safra será o aproveitamento de moagem no decorrer do ciclo, lembra Padua.

Plínio Nastari, diretor da Datagro Consultoria, também aposta em um volume de cana moída em 2016/17 semelhante ao do ciclo anterior. Ele espera um rendimento em Kg de ATR um pouco melhor na nova safra, porque deve ser um ano com menor intensidade de chuvas, em particular no segundo semestre. “Não é suficiente para gerar um retorno de investimentos em expansão de capacidade de moagem. Já investimento em canavial, em mecanização, continua, mas expansão da capacidade de moagem não é viável ainda.”

Já a Archer Consulting prevê para o ciclo 2016/17 o processamento de 618,5 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul. “Desse número, estamos falando em 34,4 milhões de toneladas de açúcar, o que representa aproximadamente acréscimo de 3% no volume de cana em relação à safra anterior, além de 27,5 bilhões de litros de etanol”, diz Arnaldo Corrêa, diretor da consultoria.
Ele também acredita que haverá a redução do ATR pelo quarto ano consecutivo, como consequência da expansão da colheita mecanizada no Centro-Sul.

Na opinião de Corrêa, o ciclo 16/17 pode começar ainda sob forte influência do clima. “Acredito que vamos ter muita chuva ainda neste ano, no começo da colheita, e isso trará atrasos. Por isso, há uma percepção do mercado de que a disponibilidade de açúcar que se esperava para abril/maio não deverá ocorrer.” Ou seja, o mercado acredita que a safra de cana no Centro-Sul do Brasil começa com problemas por conta do quadro climático. Outro fator que poderá influenciar a safra neste ano poderá ser a isoporização dos canaviais, mas pode estar cedo para afirmar isso.

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