A perspectiva de melhora no setor sucroenergético sustenta os pedidos de recuperação judicial
19-04-2016

Desde o ano de 2008, no setor sucroenergético são computados 79 pedidos de Recuperação Judicial

Segundo Marcos Françóia, diretor da MBF Agribusiness, desde o ano de 2008, no setor sucroenergético são computados 79 pedidos de Recuperação Judicial (RJ). Esse número é de unidades, independente de quantas fazem parte de um grupo ou outro. Também, independe da capacidade de moagem, se pouca ou muita. São 79 indústrias processadoras de açúcar ou etanol, ou ambos.
Esse número veio se acumulando durante os anos, sendo 15 unidades em 2008, 18 em 2009, 34 no período entre 2010 e 2014, e 12 no ano de 2015.
O que sustenta o pedido de Recuperação Judicial é o pressuposto de que o mercado tenda a melhorar (conceito otimista) e o empreendimento, alongando o pagamento de seu passivo, consiga se manter operacional, com manutenção do emprego e suas atividades sociais.

Partindo desse pressuposto, todos os planos econômicos tiveram a premissa de que haveria uma melhora no mercado de açúcar e etanol, fato que somente se confirmou a partir do final de 2015, e com boas tendências para os próximos anos. Diante disso, muitas empresas ficaram no meio do caminho pois não tiveram condições de honrar com as premissas aprovadas na assembleia de credores. Algumas foram adquiridas por outros grupos e outras, faliram.

A questão que toma corpo no momento é se, com a estimativa de melhora da rentabilidade do setor, a empresa em processo de RJ tem mais chance de recuperação e se ocorrerão novos pedidos de RJ.

Entendo que sim, pois as chances de recuperação aumentam, principalmente para as empresas que vem, mesmo com dificuldades, cumprindo as metas estabelecidas no plano de recuperação judicial e não estão se financiando em venda antecipada de safra, lembrando que o crédito bancário para essas empresas inexiste.

Quanto a ter novos pedidos, acho isso possível, pois a falta de crédito ainda é fato e independente de sinais positivos do mercado, o nível de endividamento das empresas continua alto e os balanços e o cadastro, cada vez piores, inviabilizando no curto prazo novas fontes de financiamento. Ou esses grupos se ajeitam com os credores, conseguindo alongamento e revisão nas taxas de juros, ou a recuperação será uma alternativa para a sobrevivência, que, diferente dos anos que precederam, terão planos econômicos mais consistentes devido à sinalização positiva do mercado.

Veja matéria completa na editoria Economia, edição 31 da revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, baixe GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.