A safra 2016/17 deverá consolidar a recuperação, mas setor tem que fazer a “lição de casa”

18-01-2016

Oscar Louro Fernandes, consultor econômico-financeiro da Sucrotec, apresentou na 14ª edição do evento a evolução dos custos de produção do setor nos últimos anos e especialmente em 2015.
Segundo ele, nos últimos três anos os custos do setor sucroenergético estão caindo – custos totais reais corrigidos pela inflação, numa média de 3% ao ano. O único problema é que os preços dos produtos do setor também vinham caindo. Desde 2011 os custos caíram mais de 11%, enquanto os preços dos produtos caíram mais de 13%, o que causou uma situação de crise nos últimos quatro anos. Porém, a partir da segunda metade da safra os preços se recuperaram bastante. Hoje os preços estão mais remuneradores, e a expectativa é que a safra 2016/17 seja de recuperação, com bom nível de remuneração.
Apesar da expectativa de um bom cenário para 2016, as boas previsões somente vão se concretizar para os empresários que fizerem a lição de casa, segundo Fernandes. Apesar das dificuldades dessa entressafra, tem que tentar fazer uma manutenção boa, continuar com tratos culturais, para que em 2016 se tenha um bom nível de produtividade, com custos dentro da média.
Além disso, é importante estar atento aos custos. O preço do arrendamento, por exemplo, tem sido um dos principais fatores de pressão sobre os custos do setor nas últimas safras. O custo da terra tem aumentado e a participação da área arrendada sobre o total da área de cana das usinas tem subido. “Recomendamos que as usinas avaliem bem as áreas arrendadas e selecionem. Fiquem apenas com aquelas que têm remuneração positiva, que dão lucro para a empresa, e devolvam aquelas que estão lá apenas para aumentar a produção.” Outro item que deverá continuar pressionando os custos em 2016 são os fertilizantes e outros insumos. Tudo que tem seus preços vinculados ao dólar deverão ter alta nesse ano.
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