A tecnologia, chamada Matriz do Terceiro Eixo, traz incremento de R$ 6 bilhões na renda do produtor, por ano
01-06-2022
Estratégia desenvolvida pelo IAC minimiza déficit hídrico na canavicultura e amplia em 30% a produtividade
O esforço na ciência agronômica é direcionado à geração e transferência de tecnologias que auxiliem as culturas agrícolas a aproveitarem da melhor maneira a água disponível no solo e a se adaptarem às condições adversas. Nesse cenário, destaca-se no setor sucroenergético a Matriz do Terceiro Eixo, modelo de mitigação de déficit hídrico desenvolvido pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que amplia em cerca de 30% a produtividade agroindustrial. Este salto representa um aumento de 23 toneladas, por hectare, rendimento que deverá levar a um acréscimo de 46 milhões de toneladas de cana somente na canavicultura paulista em breve. O incremento na renda do produtor é de R$ 6 bilhões, por ano.
O principal objetivo do IAC ao desenvolver esse conceito é disponibilizar ao setor uma eficiente ferramenta para mitigar o déficit hídrico, considerando que quase 100% da canavicultura paulista é de sequeiro, isto é, sem irrigação.
Atualmente a Matriz do Terceiro Eixo está em plena evolução no Centro Sul do Brasil, sendo adotada pelos grupos Raízen, BPBunge, Pedra, Jalles Machado, Denusa e grande número de fornecedores de cana. “Estimamos que esse modelo já esteja em uso em aproximadamente dois milhões de hectares, o que deverá perfazer um acréscimo de 46 milhões de toneladas de cana, em futuro próximo”, explica Marcos Guimarães de Andrade Landell, líder do Programa Cana IAC e diretor-geral do IAC.
Os ganhos mais expressivos e imediatos ocorrem nos canaviais de segundo e terceiro cortes. Isso porque esse modelo impacta diretamente no aumento de população de colmos desses primeiros ciclos.
O Terceiro Eixo reduz a queda de produtividade agrícola que ocorre do primeiro para o segundo corte, que normalmente é acima de 15% e pode chegar a 25%, em caso de condições extremas. Com a Matriz Tridimensional esse declínio é reduzido para cerca de 6% e há casos em que não há nenhuma perda. Isso ocorre em função da manutenção e até da ampliação da população de colmos ao longo dos primeiros ciclos, que traz como principal consequência a perenização desses canaviais. O resultado é a lavoura com um aumento de três cortes economicamente viáveis.
Naturalmente, essa redução da queda de produção do primeiro para o segundo corte beneficia o rendimento de todos os demais cortes. “Há casos em que o terceiro corte, com a aplicação do conceito do Terceiro Eixo a partir da cana-planta, atingiu ganhos de 40% em relação ao histórico de toneladas de cana por hectare registrados na usina”, relata o diretor-geral do IAC.
A Matriz do Terceiro Eixo foi desenvolvida pelo IAC em regiões com estresse hídrico acentuado. “Destacamos que grande parte da canavicultura brasileira é conduzida em condições de sequeiro e/ou em regiões de déficits hídricos relevantes, o que nos faz prever uma efetividade maior do manejo do Terceiro Eixo em relação ao modelo mais convencional”, ressalta o pesquisador e gestor.
Por que “Terceiro Eixo”?
O nome Terceiro Eixo se deve ao fato de a estratégia desenvolvida pelo IAC ter trazido um terceiro fator – o ciclo de produção da cana-de-açúcar – para se somar a outros dois fatores já considerados no cultivo: o ambiente de produção e a época de colheita. Para proporcionar esses resultados ao setor sucroenergético, a Matriz do Terceiro Eixo envolveu especificamente o corte da cana com o objetivo de minimizar os efeitos do déficit hídrico.
Veja matéria completa - https://balancosocial.apta.sp.gov.br/artigos/agro-mais-clima-e-biodiversidade/estrategia-desenvolvida-pelo-iac-minimiza-deficit-hidrico-na-canavicultura-e-amplia-em-30-a-produtividade/
Fonte: Assessoria de Imprensa da APTA

