Abiove/Nassar: esmagamento de oleaginosas pode dobrar com 25% de biodiesel no diesel
15-10-2024

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O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, destacou que a possibilidade de aumento da mistura de biodiesel no diesel para até 25%, como previsto na Lei do Combustível do Futuro, poderá dobrar o esmagamento de oleaginosas no País para atender ao aumento da demanda.

Por Leandro Silveira

A avaliação foi apresentada durante a Conferência BiodieselBr, realizada ontem (14), em São Paulo (SP).

"Estamos falando em dobrar a capacidade de esmagamento de oleaginosas no Brasil. Acredito que a indústria de esmagamento de soja possa crescer igual ou até mais do que o próprio crescimento da soja no País”, disse.

Segundo Nassar, essa elevação na mistura representa um estímulo importante para o setor, que deverá se preparar para atender a crescente demanda por óleos vegetais, incluindo o uso para combustíveis sustentáveis, como o diesel verde (HVO) e o combustível sustentável para aviação (SAF). “Isso significa um importante estímulo para a indústria de processamento de oleaginosas”, afirmou Nassar.

Além disso, o presidente da Abiove mencionou a possibilidade de o Brasil precisar importar óleos vegetais, dependendo da evolução do mercado. “Faz muito mais sentido trazer óleos vegetais do que biodiesel”, ressaltou, destacando que esse movimento abrirá novas oportunidades para a industrialização da soja no Brasil, agregando mais valor à cadeia produtiva.

Nassar ressaltou que o processamento de soja no País agrega 40% mais valor à produção em comparação com a exportação do grão in natura. "Quando exportamos a soja, adicionamos R$ 1.000 por tonelada. Quando processamos essa soja, adicionamos R$ 1.400", disse.

Outro ponto de destaque, segundo Nassar, é o impacto positivo para a indústria de proteína animal, que será beneficiada pelo aumento da produção de farelo de soja, um dos principais insumos na alimentação de animais. "O farelo de soja e a indústria de proteína animal serão as maiores beneficiadas desse processo", afirmou.

O presidente da Abiove ressaltou a importância de se manter uma postura cautelosa diante do crescimento projetado para o setor. "Somos uma indústria que trabalha com os pés no chão. Temos que trabalhar esse crescimento de forma inteligente, garantindo ao governo e ao consumidor que isso virá com um padrão ainda melhor do que o que já entregamos", concluiu.

Fonte: Broadcast