Acordo UE-Mercosul irá fomentar a produtividade da agroindústria brasileira afirmam entidades
09-12-2024

Parceria fortalece o comércio entre blocos e destaca protagonismo brasileiro no cenário internacional
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) celebram a conclusão do Acordo de Parceria entre o Mercosul e a União Europeia (UE), destacando seus benefícios para a agroindústria e a sustentabilidade. O acordo, anunciado durante a LXV Cúpula do Mercosul, marca o desfecho de 25 anos de negociações e promete criar uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo 718 milhões de pessoas e um PIB combinado de US$ 22 trilhões.
A parceria entre os blocos abre novas possibilidades para o agronegócio brasileiro, especialmente para o setor sucroenergético, que já se destaca pela produção sustentável e pelo compromisso com a economia de baixo carbono. O Brasil, maior exportador agrícola do Mercosul, se beneficia diretamente com a eliminação tarifária em mais de 80% das importações agrícolas pela UE em até 10 anos, incluindo frutas, peixes, óleos vegetais e suco de laranja. Produtos como carne bovina, suína, açúcar e etanol terão tarifas reduzidas e acesso por meio de cotas preferenciais.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou o impacto estratégico do acordo: “A conclusão deste tratado coloca o Brasil no centro de um dos maiores mercados globais. Este é um marco histórico para nossa diplomacia e consolida o agronegócio como pilar do comércio internacional”.
O pacto também reforça compromissos de sustentabilidade, incluindo práticas agrícolas responsáveis e a adesão às diretrizes do Acordo de Paris. Segundo a ABAG, a cooperação birregional vai além do comércio, abrangendo inovação tecnológica, novos combustíveis e processos industriais. Para o vice-presidente da entidade, Ingo Plöger, o acordo inaugura um "esquadro jurídico" que favorece futuras pautas de cooperação.
“Mais mercado, melhor cooperação e inovação são os pilares dessa parceria, que fortalece a posição do privado no desenvolvimento sustentável”, afirmou Plöger.
Com o acordo, produtos brasileiros como café, frutas frescas e carnes terão acesso preferencial ao mercado europeu, contribuindo para um aumento da competitividade e fortalecendo a percepção internacional do agro brasileiro como sustentável e profissional. Em 2023, o agronegócio nacional exportou US$ 18,7 bilhões em produtos agrícolas para a UE, representando 40% da pauta exportadora ao bloco.
“Nossa agricultura e pecuária são garantia de segurança alimentar para o mundo. Não permitiremos que difamem a reconhecida qualidade dos nossos produtos”, destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No caso de produtos sensíveis como carnes e etanol, o acordo estabelece cotas de 99 mil toneladas e 650 mil toneladas, respectivamente, com tarifas reduzidas ou eliminadas. Em contrapartida, o Mercosul reduzirá tarifas para 96% das importações europeias em até 15 anos, protegendo setores sensíveis como queijos, vinhos e chocolates.
Além do impacto econômico, o acordo reafirma valores compartilhados entre os blocos, como democracia, direitos humanos e sustentabilidade, consolidando a posição do Mercosul como plataforma de inserção econômica global.