“Acredito que vamos ter um novo marco regulatório para o setor sucroenergético”
04-01-2016

Quem disse isso foi Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar), durante palestra no último mês de dezembro. Demanda que se faz prioritária a partir do compromisso assumido pelo Brasil na Conferência do Clima em Paris (COP21), no último mês de dezembro.

Ele lembra que em 1974 houve um grande marco que praticamente catapultou a agroindústria da cana-de-açúcar, com o início da mistura do anidro à gasolina. Depois veio o Proálcool em 1975. “Em 1978 veio outro marco, com o carro dedicado ao hidratado.” Já em 1990 o setor enfrentou um novo momento chave na sua trajetória: o fim do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), que foi o início da liberação das exportações de açúcar. Por fim, segundo ele, também houve em 2003 outro marco histórico, com o surgimento do carro flex.
“Outra grande mudança acho que será a COP 21. Será um novo marco regulatório, voltado para a questão ambiental. Vai pesar no processo, viabilizando mais o etanol. Por isso que vamos batalhar para precificar a gasolina pelo que causa nos gases de efeito estufa.”
Padua relata que um metro cúbico de gasolina A joga 3 toneladas de carbono na atmosfera. “O preço da tonelada de carbono, que era de 25 dólares, já falam agora em mais de 100 dólares. Com certeza essa definição não sairá da COP21, mas será marco para um novo paradigma.”

META SAI DA RETÓRICA COM POLÍTICA PÚBLICA
Hoje o Brasil tem 27 bilhões de litros no mercado de carburante e a meta assumida pelo país é que esse patamar seja levado, em 2030, a praticamente 50 bilhões de etanol carburante na matriz de combustíveis brasileira. “Seria sair de 27 para 50 bilhões de litros. Um incremento de 80% no volume.”
Porém, ele destaca que essa proposta brasileira somente vai acontecer se o país criar política pública que viabilize investimentos que garantam um crescimento vertical da produção. “Não um crescimento horizontal. O crescimento tem que ser via ganhos de produtividade no mesmo ambiente de produção que temos hoje. E isso será um novo marco. Não vai resolver a questão de importação de gasolina, mas se formos capaz de ofertar mais etanol e sermos competitivos, com certeza a redução de gasolina será ainda maior”, frisa o diretor da UNICA. “E depende de nós o desafio de trazer maior produção por hectare a um menor custo de produção”, acrescenta.

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