Açúcar mantém preços estáveis em agosto, mas cenário global segue pressionado
01-09-2025

Mesmo com leve recuperação na Bolsa de Nova York, expectativa de superávit global limita altas; Brasil, Índia e Tailândia projetam safras robustas
Por Andréia Vital
O mês de agosto foi marcado por acomodação nos preços internacionais do açúcar, que seguem próximos aos níveis mais baixos em mais de quatro anos. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência global, os contratos de açúcar bruto com entrega em outubro encerraram a sessão de 28 de agosto cotados a 16,48 centavos de dólar por libra-peso, uma alta de apenas 0,8% em relação aos 16,35 centavos registrados em 31 de julho.
Ao longo do mês, os preços oscilaram entre a mínima de 15,92 centavos (em 5 de agosto) e a máxima de 17,02 centavos (em 13 de agosto), de acordo com o boletim semanal da Safra & Mercado. A volatilidade refletiu movimentos pontuais de demanda importadora, principalmente da Ásia, com destaque para compras do Paquistão.
Ainda assim, as cotações internacionais permaneceram pressionadas pelas projeções de novo superávit global de oferta na temporada 2025/26. O excesso de produção continua sendo o fator predominante para conter avanços mais consistentes nos preços.
No Brasil, a Conab revisou para baixo sua estimativa de produção de açúcar para 2025/26. Mesmo com o corte, a safra deve alcançar 44,4 milhões de toneladas, o segundo maior volume da série histórica, reforçando a posição do país como líder mundial.
Na Ásia, a perspectiva também é positiva. Índia e Tailândia, principais produtores da região, registraram um regime de chuvas de monção acima da média, favorecendo a produtividade dos canaviais e projetando colheitas mais volumosas.
Diante do quadro de oferta global elevada, analistas projetam que os preços internacionais do açúcar continuarão pressionados até o final do atual ciclo (setembro) e no início da nova temporada, que terá início em outubro.