Açúcar volta a subir e fecha a 22 cents por libra em Nova York; café caiu
20-09-2024

Incerteza com a oferta global levou o preço do açúcar a subir mais de 2% em Nova York — Foto: Globo Rural
Incerteza com a oferta global levou o preço do açúcar a subir mais de 2% em Nova York — Foto: Globo Rural

Algodão e suco de laranja também subiram, ao contrário do cacau, que teve movimento negativo na sessão

Por Isadora Camargo e Gabriella Weiss — São Paulo

Os lotes de março de 2025 do açúcar demerara subiram mais um dia consecutivo na bolsa de Nova York. Na sessão desta quinta-feira (19/9), a commodity encerrou em alta de 2,27%, cotada a 22,04 centavos de dólar de libra-peso.

De acordo com a Trading Economics, esse é o maior nível em cinco meses, suportado especialmente pelo temor do mercado com a oferta global. Depois dos incêndios nos canaviais da principal região produtora de açúcar do Brasil, perdendo cerca de 5 milhões de toneladas de cana, segundo estimativas do setor.

Como resultado, a previsão de produção de açúcar do Brasil para 2024/25 foi reduzida para 39,2 milhões de toneladas métricas, abaixo dos 40 milhões, segundo a Unica. Em consequência, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projetou um déficit global de açúcar para 2024/25 de 3,58 milhões de toneladas. Além disso, preocupações com as condições climáticas em outras origens produtoras, como a Índia e a Tailândia, pesam sobre os preços.

Por fim, o aumento nos preços do petróleo bruto também influenciam nas cotações na bolsa americana, já que mais cana-de-açúcar passa a ser destinada para a produção de etanol, restringindo a oferta de açúcar.

Café

Os papeis de dezembro de café arábica caíram 1,04% nesta quinta-feira (19/9) e as cotações ficaram em US$ 2,6165 a libra-peso, a despeito de redução de safra de café no Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), reduziu a estimativa para 54,79 milhões, com 96% da área já colhida no final de agosto. Isso representa recuo de 6,8%. Se comparada à temporada anterior, a colheita nacional deve cair 0,5%, mas isso não se expressou nas negociações de arábica ao longo do dia.

“O início da atual safra indicava um novo crescimento na colheita, considerando a situação das lavouras na época e o ciclo de alta bienalidade. No entanto, as condições climáticas adversas, como: estiagens, chuvas esparsas e mal distribuídas, juntamente com altas temperaturas durante as fases de desenvolvimento dos frutos, reduziram as produtividades previstas inicialmente”, diz o relatório.

O analista de café da StoneX, Fernando Maximiliano, avalia que, em geral, o mercado de café tem avançado, em especial o de conilon, tanto no mercado doméstico quanto no internacional. Os fundamentos não mudaram. E o clima é o principal ponto de atenção nas negociações de café, ressalta Maximiliano.

No caso do conilon, problemas nas safras dos maiores produtores de robusta da Ásia, como Vietnã e Indonésia, podem indicar redução de disponibilidade global do grão. Isso deu suporte aos preços e vem influenciando as cotações do arábica nas bolsas desde o início do ano, lembra o especialista.

Ele descarta uma significativa influência dos pontuais incêndios em cafezais nos preços em um curto prazo, mas a seca extrema que assola os cafezais pelo Brasil indica consequências de volumes da safra 2025/26 e, consequentemente, discrepâncias entre oferta e demanda.

Cacau

Os contratos de dezembro de cacau caíram 0,82%, para US$ 7.750 a tonelada no fechamento do pregão, quando havia mais de 64,6 mil contratos abertos. De acordo com o analista do Barchart, Rich Asplund, os preços da amêndoa perderam um avanço inicial e caíram, “com um dólar mais forte provocando liquidações em contratos futuros de cacau”.

As perdas na bolsa de Londres também aceleraram após a libra esterlina ter subido em patamares que rompem mais de dois anos, o que pressionou o preço do cacau em relação à moeda britânica e respingou em Nova York.

Algodão

Os contratos de algodão com entrega para dezembro fecharam em alta de 2,53%, a 73,07 centavos de dólar por libra-peso, uma recuperação em relação à queda de 1,23 registrada nas negociações de quarta-feira (18/9).

Suco de laranja

O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) deu impulso e fechou com desvalorização de 4,03% na bolsa de Nova York. As cotações dos lotes com prazo para novembro ficaram em US$ 4,7615 a libra-peso.

Fonte: Globo Rural