Açúcar
03-10-2016

O clima corre normal nas áreas canavieiras da região centro-sul. Chove acima da média, embora essa chuva se distribua de forma irregular pelos Estados produtores da região.

A avaliação é do Julio Maria Borges, da consultoria JOB Economia e Planejamento. Diante desse cenário, ele acredita que a moagem de cana fique em 632 milhões de toneladas na safra 2016/17 na região centro-sul, somando 685 milhões em todo o Brasil.

Com isso, a produção de açúcar deverá atingir o patamar recorde de 35 milhões de toneladas no centro-sul, subindo para 38,7 milhões quando os Estados do Norte e do Nordeste são incluídos nessa conta.

Com o avanço da produção, o centro-sul fará exportações recordes de 25,1 milhões de toneladas de açúcar, ante 23 milhões na safra anterior.

O consumo de etanol como combustível cai para 28 bilhões de litros no país. Deste volume, 23,6 bilhões serão na região centro-sul.

Já as importações crescem e devem atingir 1,1 bilhão de litros na safra 2016/17. Boa parte desse produto importado deverá ir para o Nordeste, que terá oferta menor de produto do centro-sul nesta safra.


Safra açucareira - A opção maior das usinas pela produção de açúcar é apontada nos dados mais recentes divulgados pela Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) sobre o setor.

Moagem - Pelo menos 46% da cana moída até o final da primeira quinzena deste mês foi destinada à produção de açúcar. No ano passado, o percentual era de 41,6%.

Demanda - O açúcar, com oferta mundial de produto abaixo da demanda, é mais rentável para a indústria. Os preços atuais superam em 100% os de há um ano na Bolsa de commodities de Nova York.

Etanol - A produção total de álcool está estável nesta safra, em 18 bilhões de litros. Cresce a de anidro, que foi a 7,4 bilhões —12% mais ante igual período da safra anterior—, mas cai a de hidratado, que está em 10,6 bilhões —7% menos.

Empate técnico - O consumo mundial de arroz deverá subir para 482 milhões de toneladas na safra 2016/17, o mesmo volume que será produzido no período.

Pouco comércio - O arroz é um dos cereais com o menor comércio mundial. Nesta safra, serão apenas 40 milhões de toneladas movimentadas internacionalmente, segundo dados do IGC (conselho internacional de grãos).

Presença menor - O Brasil, um país que vem ganhando mercado externo no setor de arroz nos últimos anos, deverá exportar menos. Pressão menor do dólar, preços internos rentáveis e estoques baixos ajudarão a reter o cereal internamente.

Líder mundial - Com clima favorável e produção de 70 milhões de toneladas de trigo, a Rússia confirmará a dianteira nas exportações mundiais desse cereal. Exportará 31 milhões de toneladas, desbancando a União Europeia, que colocará 27 milhões.

Texto publicado na coluna Vaivém das commodities

Mauro Zafalon