AFCP negocia convênio com Banco do Brasil para priorizar canavieiros em reescalonamento de dívidas
19-12-2025
Entidade busca assegurar acesso preferencial aos benefícios da MP 1328 em meio à queda de preços e restrição ao crédito subsidiado
A Associação dos Fornecedores de Cana do Estado de Pernambuco (AFCP) iniciou tratativas com o Banco do Brasil para firmar um convênio que garanta prioridade aos canavieiros no acesso aos benefícios da Medida Provisória 1328, aprovada nesta terça-feira (16). A norma autoriza o reescalonamento de financiamentos rurais por até nove anos, com carência de dois anos, em um momento de forte pressão sobre a renda do setor.
O tema foi discutido em reunião realizada na quarta-feira (17) entre o superintendente do Banco do Brasil em Pernambuco, Tiago Bandeira, e o presidente da AFCP, Alexandre Andrade Lima. O encontro teve como foco a busca de alternativas para mitigar os efeitos da crise enfrentada pelos fornecedores de cana, agravada por uma queda estimada de 40% no preço da matéria-prima, em um ambiente de oscilações de mercado e impactos do tarifaço dos Estados Unidos.
Segundo a entidade, a prorrogação das dívidas rurais dos associados já foi viabilizada junto ao banco mediante a apresentação de carta individual dos produtores afetados, procedimento que permite o alongamento dos vencimentos e oferece alívio imediato ao fluxo de caixa.
Além disso, a AFCP negocia a formalização de um convênio específico para assegurar que seus associados tenham prioridade no enquadramento às condições previstas na nova medida provisória. A avaliação da entidade é que, apesar das regras definidas pelo governo federal, o acesso a linhas de crédito com juros subsidiados tem sido limitado, o que reduz a efetividade dos instrumentos de apoio ao setor.
Com o acordo, a associação busca garantir tratamento diferenciado aos canavieiros pernambucanos junto ao Banco do Brasil, ampliando as chances de acesso a taxas mais competitivas e contribuindo para a sustentação financeira dos produtores em um cenário de margens comprimidas e maior risco operacional.

