Agricultor sócio de usina de etanol de milho aposta em silos, pesquisa e irrigação
05-07-2024

Agricultor investiu R$ 8 milhões no ano passado para renovar os equipamentos e estrutura de armazenagem — Foto: Divulgação
Agricultor investiu R$ 8 milhões no ano passado para renovar os equipamentos e estrutura de armazenagem — Foto: Divulgação

Propriedade produz cerca de 300 mil toneladas de milho por safra, parte das quais abastece a usina da ALD

Por Eliane Silva — Nova Marilândia (MT)

O paranaense Paulo Sérgio de Asunção colhe três safras de sojamilho e feijão em uma área de 2 mil hectares na Fazenda São Paulo, em Nova Marilândia (MT). Ele diz que ganha de R$ 5 a R$ 6 a mais por saca por ter estrutura de armazenamento em sua propriedade.

Para ter rentabilidade, o agricultor precisa tapar buracos. Os buracos de armazenamento e transporte dos grãos eu tampei”, afirma o produtor, originário de Alvorada do Sul (PR), e um dos acionistas da ALD Bioenergia.

Para não perder sua vantagem competitiva, Asunção investiu R$ 8 milhões no ano passado para renovar os equipamentos e estrutura de armazenagem que já tinha há 20 anos. Neste ano, ele está investindo R$ 6 milhões em novos silos, que vão aumentar a capacidade estática de armazenamento de 160 mil sacas para 360 mil sacas.

Outra vantagem, afirma, é ter em sua fazenda uma área de 50 hectares como estação própria de pesquisa que também atende a terceiros como a multinacional Syngenta.

No local, são feitos testes de culturas, de adubação, eficiência de defensivos, estratégia de manejo, entre outros. No ano passado, foram realizados na área 3.200 experimentos. Ele diz que já investiu R$ 2,5 milhões em pesquisas para elevar a produtividade das lavouras.

A média de produtividade nas últimas safras em sua fazenda foi de 75 sacas a 76 sacas de soja por hectare, 160 sacas a 165 sacas de milho e 45 sacas a 50 sacas de feijão. Isso gera uma receita aproximada de R$ 30 mil por hectare, segundo ele.

Além dos aportes em armazenagem, Asunção investe também em irrigação. A propriedade já tem um pivô e em instalação um segundo pivô que vai dobrar a área de cobertura, para 800 hectares. O produtor tem outorga e planos para chegar a 1.200 hectares irrigados. A única cultura que já é totalmente irrigada é o feijão.

Segundo ele, a fazenda produz cerca de 300 mil toneladas de milho por safra, parte das quais abastece a usina da ALD.

Na safra passada, em que houve menos chuvas, ele colheu 140 sacas de milho por hectare. “Foi a safra em que menos choveu na região desde que nós chegamos aqui há 30 anos. Reduziu a média em 10 sacas por hectare”, diz.

Neste ciclo, ele prevê uma produtividade de 166 sacas por hectare. Porém, a área de cultivo de milho safrinha foi reduzida em 25% devido ao custo de produção. Ainda assim, Asunção manteve os investimentos em sementes, adubação e manejo, que inclui o plantio consorciado de braquiária nas entrelinhas das lavouras para aumentar a massa seca no solo e elevar o sequestro de carbono.

“Nunca corto tecnologia, e sim área de plantio. O que baixa a produtividade é plantar fora da janela ideal”, diz Asunção, que também é dono de empresa agronômica que atende produtores de soja, milho, algodão, girassol, arroz e outras culturas.

A jornalista viajou a convite da União Nacional de Etanol de Milho (Unem)

Fonte: Globo Rural