Agrishow 2016: mais de 91% da colheita de cana foi realizada sem emissão de poluentes
29-04-2016

O balanço do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético mostra que 91,3% da colheita de cana-de-açúcar das usinas e fornecedores de cana signatário foi realizada sem o emprego do fogo, através da colheita mecanizada. O dado refere-se a safra 2015/2016 e foi divulgado pela Secretária do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Patrícia Iglecias, em coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira (28/04), na Agrishow 2016 - 23ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, que vai até sexta-feira (29/04), em Ribeirão Preto.

O balanço do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, de abrangência estadual, define metas, como a antecipação do prazo para a eliminação da queima da palha da cana, proteção de nascentes e matas ciliares, e a redução de consumo de água na etapa industrial. Sobre a água, a secretária disse que o gasto médio de água no processamento industrial da cana entre 2010 e 2015 apresentou queda de 33% no consumo, atingindo o patamar estabelecido pelo Zoneamento Agroambiental na maioria das regiões do estado. "Também estimamos que cerca de 8,65 milhões de toneladas de gases de efeito estufa deixaram de ser emitidas no Estado", disse.

A pesquisa apontou que na safra 2015/2016, 133 unidades agroindustriais e 24 associações, que representam 5.485 fornecedores, obtiveram Certificado Etanol Verde. A área total compromissada com as boas práticas agroambientais do protocolo pelas usinas e fornecedores de variedades signatários totaliza 5.405.772 hectares, que representam 26,3% da área agricultável do estado. As usinas que integram o Protocolo Agroambiental são responsáveis pela produção de 44% do etanol brasileiro e 92% do paulista.

Outro benefício do acordo é que a energia elétrica produzida a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar pelas usinas na safra 2015/2016 totalizou mais de 18.100 GWh. "Desse total, cerca de 10.170 GWh foram exportados para a rede elétrica, o que equivale a 26% do consumo residencial paulista em um ano, que é de 39.450", explicou Patrícia.

Para a secretária do Meio-Ambiente, a proteção e a preservação das nascentes e matas ciliares também tiveram ganhos com o compromisso assumido usinas. "Cerca de 258.773 hectares de matas ciliares e mais de 8.400 nascentes estão no acordo de proteção e restauração, prestando serviços ambientais importantes para São Paulo", afirmou.