Alerta vermelho: estiagem começou mais cedo em 2018 e deve se estender até o final de outubro
21-08-2018

De 01 de janeiro até 13 de agosto, foram identificados 2.020 focos de incêndios em São Paulo, contra 1.545 no mesmo período do ano passado

Milhares de incêndios florestais ocorrem no Brasil todos os anos. No caso da região Centro-Sul no período crítico vai de maio a setembro.Geralmente, a estiagem começa a ser sentida lá pelo mês de junho, mas este ano, a chuva se retirou mais cedo, em abril.

A meteorologista do Clima Tempo, Patrícia Madeira, explica que as chuvas no estado de São Paulo, maior produtor nacional de cana, praticamente pararam no meio de abril. A pluviosidade ficou abaixo da média naquele mês e também nos subsequentes. “Não chover em junho e julho é normal. Já esperamos isso. A questão é que o clima ficou seco mais cedo este ano.”

O cenário difere bastante do registrado nos dois últimos anos. Em 2016, o mês de maio foi bem chuvoso. Já em 2017, houve menos chuvas do que o normal em março, mas choveu significativamente em abril. “Há bastante tempo não tínhamos uma sequência tão longa de dias sem chuvas como o visto nestes últimos meses.”

Esse clima mais seco acende o alerta de incêndios, que já estão mais numerosos do que o registrado em 2017. De 01 de janeiro até 13 de agosto, foram identificados pelo satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) 2.020 focos de incêndios em São Paulo, contra 1.545 no mesmo período do ano passado. Um aumento de 31%. “O motivo é um clima mais seco e que teve início de forma precoce”, ressalta Patrícia. “Além disso, essa época é caracterizada por ventos com intensidade moderada, que ajudam a espalhar o fogo para novas áreas.”

A “luz vermelha” fica ainda mais intensa quando se dá conta de que o enfrentado até o momento não é sequer a pior faceta da estiagem, que se dá entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro. Somente no mês de setembro de 2017, foram 2.610 focos, o maior número já registrado em um único mês desde o início da série histórica, instaurada em 1998. Com base no fato de que, até o momento, o ano de 2018 tem se mostrado mais crítico do que seu predecessor, a tendência é que esse recorde seja novamente batido em breve.

A meteorologista faz uma previsão não tão positiva quanto ao fim dessa prolongada estiagem. Dados do Clima Tempo apontam para um atraso do período úmido. As chuvas que voltariam a aparecer com maior regularidade em outubro, darão as caras apenas em novembro, trazendo consigo o almejado fim da temporada de queimadas.
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