Amcham Brasil critica tarifa de 50% imposta pelos EUA e pede retomada urgente do diálogo bilateral
11-07-2025
Entidade alerta para impacto negativo sobre empregos, investimentos e cadeias produtivas integradas e reforça histórico de parceria econômica entre Brasil e Estados Unidos
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) manifestou, nesta semana, preocupação com a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, com entrada em vigor prevista para o dia 1º de agosto. A medida é considerada pela entidade como um risco direto ao fluxo de comércio, aos investimentos e ao equilíbrio das cadeias produtivas que conectam os dois países.
Segundo a nota divulgada, a decisão norte-americana pode gerar reflexos severos sobre o emprego e a competitividade da indústria brasileira, afetando inclusive operações com forte grau de integração binacional, principalmente em setores como tecnologia, agronegócio, energia e manufatura.
A Amcham Brasil destaca que a relação econômica entre Brasil e Estados Unidos sempre foi marcada por confiança mútua, respeito institucional e ganhos compartilhados. O comércio entre os dois países tem caráter complementar, sendo responsável por estimular o desenvolvimento conjunto em áreas estratégicas para ambas as nações.
Dados oficiais norte-americanos indicam que, ao longo dos últimos 15 anos, os EUA vêm acumulando superávits consistentes no comércio com o Brasil, incluindo um saldo de US$ 29,2 bilhões apenas em 2024. Esse desempenho reforça, na visão da Amcham, o argumento de que a cooperação econômica tem sido favorável não apenas ao Brasil, mas também aos interesses norte-americanos.
Com mais de 100 anos de atuação na promoção de laços econômicos bilaterais, a Amcham Brasil fez um apelo público para que os dois governos retomem um diálogo técnico e construtivo, baseado em racionalidade, previsibilidade e estabilidade regulatória.
A entidade reforça que uma eventual escalada de medidas unilaterais pode comprometer anos de avanços comerciais e diplomáticos, e que a prioridade neste momento deve ser a busca por uma solução negociada, que preserve os vínculos econômicos históricos e permita construir caminhos para uma prosperidade mútua e sustentável.

