Apesar das incertezas, mas com muita vontade de ousar e transformar projetos em realidade, que venha 2016!
31-12-2015

Quando o Proálcool nasceu, já se antevia que o biocombustível iria ser importante para o país do ponto de vista ambiental. Segundo Penna, os “pais” do programa sabiam que o álcool ajudaria a reduzir a poluição, que já naquela época atingia níveis insuportáveis nas grandes cidades.
No último mês de 2015, uma conferência sobre o clima aumentou a esperança de que os biocombustíveis ganhem o reconhecimento que merecem no país. Na COP-21, em Paris, o Brasil assumiu metas ambiciosas, prevendo até 2030 a participação de 18% de biocombustíveis na matriz energética, e um aumento de 10% para 23% no uso de energias renováveis (solar, eólica e biomassa) na matriz elétrica. De forma geral, nos próximos 10 anos, o País deverá cortar 37% das suas emissões de GEEs (gases de efeito estufa) - com base nos níveis de 2005 -, com reais possibilidades de ampliar esta redução para 43% até 2030.
Para cumprir sua INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas) no que se refere à matriz energética, o País terá que produzir 50 bilhões de litros de etanol carburante em 2030 – atualmente, este volume é de 28 bilhões de litros. Para isso, a UNICA avalia que será necessário construir aproximadamente 75 novas unidades produtoras de etanol, considerando uma moagem média, por usina, de 3,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em condições normais de cultivo.
Portanto, na esteira da economia do baixo carbono, de Paris veio um compromisso que pode se tornar uma grande oportunidade para o setor sucroenergético brasileiro. Mas ficam perguntas no ar. Será que o governo brasileiro dará condições a essa agroindústria de atender essas metas? Afinal, não será o governo que plantará cana e construirá essas possíveis 75 novas usinas. Políticas públicas são imprescindíveis para permitir que o setor sucroenergético possa ser protagonista no cumprimento dessas metas. Sem manutenção artificial de preços de combustíveis, preços remuneradores da energia da biomassa nos leilões regulados, entre outras iniciativas. E o investidor somente sairá da toca se sentir segurança para investir, a partir de regras claras e estáveis. Caso contrário, os compromissos brasileiros em Paris não sairão do papel.
Agora é hora de mudar de página, e ver as cenas dos próximos capítulos em 2016.

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