Após bom resultado na feira da Copercana, é possível esperar um 2º semestre melhor?

03-07-2015

Nesta semana, a organização do Agronegócios Copercana divulgou o resultado final da feira, que aconteceu na semana passada em Sertãozinho, SP: 3 mil visitantes, 76 expositores e crescimento de 6% nos negócios em relação ao ano passado (R$160 milhões). O volume de negócios pode aumentar devido a negociações que ocorrem no pós-feira. 

“Nós estávamos muito preocupados com a situação do País, do nosso setor, que enfrenta há anos muita dificuldade, mas a movimentação na feira e o interesse por negócios dos produtores nos surpreendeu”, diz o presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo.

Para o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, a feira mais uma vez surpreende diante de um ano difícil. Embora o evento seja sempre um incremento, ou seja, uma forma de motivação a mais para o produtor, especialmente porque o atrativo maior são os preços dos produtos colocados à disposição. “Em função disso, o produtor vem, compra e com isso, as empresas, os produtores e a Copercana acabam todos satisfeitos e fazendo bons negócios.”

O desempenho positivo da feira poderia indicar que o pior momento do setor já passou? Que há possibilidade de retorno dos investimentos? É difícil afirmar isso. Além do mais, a crise econômica e política que o país enfrenta continua profunda, respingando incertezas em todas as atividades econômicas.

Existe uma expectativa de um segundo semestre melhor para a cadeia sucroenergética. Mas a melhora do otimismo do fornecedor ainda é muito sutil. Segundo o 19ª Rodada do Índice de Confiança dos Fornecedores do Setor Sucroenergético, da Reed Exhibitions Alcantara Machado/FUNDACE, divulgado no início de junho, os fornecedores de equipamentos do Setor Sucroenergético permaneceram com baixa expectativa no segundo trimestre do ano. De acordo com o boletim divulgado, o Índice de Confiança fechou com 0,43 pontos, o que significa um crescimento comparado ao período anterior, mas ainda não representa uma expectativa positiva.

O segundo semestre é sempre marcado pela maior feira do setor, a Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho. Para Ortolan, a Fenasucro proporciona para o setor um momento de oportunidades. “Vai trazer público grande para visitar as tecnologias e soluções desenvolvidas pelas empresas. Os visitantes encontrarão preços melhores em função da expectativa de venda. Mas dizer que a feira em si vai fazer o setor alavancar, não acredito.”

De qualquer forma, a torcida é que a Fenasucro esteja dentro de um contexto de retomada do setor, indicando para um ano de 2016 de melhores notícias. Mas para que o futuro seja mais promissor, mudanças são necessárias: “precisaríamos ter do governo uma sinalização forte em termos de política para o etanol, para a energia elétrica. É isso que o setor quer. É importante o empreendedor enxergar espaço para investir, de que poderá ter retorno. Mas hoje vemos uma conjuntura complicada, de retração, de crédito difícil”, frisa Ortolan.

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