“Aprendi com a cana a ser resiliente, a ter paciência, a responder às injúrias recebidas cautelosamente”
29-05-2025

*Raffaella Rossetto – Pesquisadora Científica do Instituto Agronômico (IAC) e Chefe do Núcleo de Pesquisa do IAC em Jaú – SP.
A cana-de-açúcar é protagonista e, também, uma forte aliada da transição energética para uma economia mais verde e resiliente. Como brasileira, me surpreendo a cada dia com a capacidade que a cana tem de se adaptar às novas tendências, onde ocupa papel central na produção de um alimento tão rico quanto o açúcar e tão divertido e ancestral como a cachaça. De fontes de energia renovável como etanol e a bioeletricidade e dos inúmeros bioprodutos que a cadeia permite explorar.
Impossível não ser entusiasta, ainda mais quando se sabe que estamos apenas engatinhando rumo ao que será a sustentabilidade da agricultura nas próximas décadas.
A cana é meu ganha-pão. Sou eternamente grata a essa cultura porque ela, e alguns mestres, me ensinaram tudo o que sei sobre agricultura e tudo o que sou como pessoa. Pesquisando a nutrição e a fertilidade dos solos para a cana-de açúcar (sou pesquisadora cientifica do IAC), aprendi com a cana a ser resiliente, a ter paciência, a responder às injúrias recebidas cautelosamente, a entender que a toda ação segue-se uma reação, que tudo o que fazemos gera consequências. A natureza ensina muito. É possível crescer um pouquinho a cada dia. A cana me fez entender que devemos ter como proposta a mudança. Nada pode ser como era na década passada, ou há décadas. Estamos em evolução e essa evolução tem sido muito mais rápida do que conseguimos acompanhar, muitas vezes. A cana me deu grandes amigos, me possibilitou crescer como profissional e como pessoa.
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