As fusões ou aquisições de empresas podem provocar uma verdadeira “pororoca cultural”
10-05-2022

Pedro Alves é a importância de unir as equipes, evitando clima de competição entre profissionais. Crédito foto: Divulgação Ação Consultoria e Treinamento
Pedro Alves é a importância de unir as equipes, evitando clima de competição entre profissionais. Crédito foto: Divulgação Ação Consultoria e Treinamento

“A promoção da sinergia e da integração das equipes, de diferentes regiões, é fundamental para amenizar o impacto da fusão e diminuir o tempo em que elas ficarão no que chamo de vale do desespero”, alerta especialista na área

As fusões ou aquisições podem provocar uma verdadeira pororoca cultural – observa Pedro Alves, sócio consultor da Ação Consultoria & Treinamento. Ele compara o impacto causado nas empresas envolvidas em uma transação à pororoca do Rio São Francisco, que em determinadas regiões sofre com a junção de afluentes de outros rios, provocando mudanças na correnteza, na cor da água, na fauna e na flora. Em decorrência disto, os afluentes demoram para se adaptar e formar um novo rio a partir desse fenômeno.

No caso das empresas, há também necessidade de adaptação às mudanças, pois existem diferenças de estrutura de poder, da hierarquia, das competências, processos e governança. O mais inquietante para todos – de acordo com ele – é a questão cultural. E isto não se refere apenas à cultura organizacional. Mas, em diversos casos, há diferença da cultura dos países de origem das empresas envolvidas no processo. “É preciso ‘administrar pessoas’, que estarão imersas em seus sentimentos, em suas emoções em um processo de adaptação, que impactará em seu futuro profissional”, avalia.

Alves observa que é preciso cuidar também das diferenças culturais brasileiras, que são gigantescas em um país continental. Diversas unidades sucroenergéticas envolvidas nas fusões estão localizadas inclusive em diferentes estados e regiões. “A promoção da sinergia e da integração das equipes, de diferentes regiões, é fundamental para amenizar o impacto da fusão e diminuir o tempo em que elas ficarão no que chamo de vale do desespero”, ressalta o sócio consultor da Ação Consultoria & Treinamento.

“A experiência de consultoria, em um projeto de desenvolvimento apoiado por equipes globais, que apresentava dificuldades, de maneira evidente, na administração de questões culturais. Propiciar um ambiente onde as pessoas pudessem ‘aprender ou reaprender’ a lidar com as diferenças foi vital para o sucesso da fusão”, conta.

Segundo Pedro Alves, a introdução de processos de acompanhamento das equipes e de coaching dos stakeholders teve um papel relevante para minimizar as diferenças e para que todos conseguissem ter resiliência. Em decorrência disso, as pessoas passaram a encarar a mudança como algo inadiável, inevitável, necessária e que poderia representar crescimento e não perdas.

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