Associação de canavieiros de Bariri é a primeira no mundo a obter certificação de boas práticas
05-04-2016

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, se reuniu com representantes da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari), a primeira associação no mundo todo a receber o Selo Bonsucro (Better Sugarcane Initiative), na tarde do dia 1º de abril de 2016, em Bauru. Em seguida, o titular da Pasta ouviu as demandas de criadores de cavalo da região.
Os encontros foram realizados no Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) de Bauru, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da Secretaria. A Assobari apresentou que, desde março, após cinco anos de trabalho, se tornou a primeira no mundo todo a receber o Selo Bonsucro, criado em 2011 para avaliar a sustentabilidade dos produtos fabricados a partir da cana.
Presidente da entidade, Acácio Masson Filho, explicou que foi desenvolvido um protocolo para a certificação da cana no Brasil. “São ao todo 300 itens a serem atendidos pela associação que quer ser certificada”. Ele destacou como uma tendência mundial crescente a adoção de práticas justas em todos os elos da cadeia. “A pessoa vem sempre em primeiro lugar”, disse.
O protocolo prevê ainda, a oferta de cursos de formação para os funcionários em setores, como operação de maquinário e até brigada de incêndio. Também serão realizados exames médicos para detectar o nível de agroquímicos no sangue dos trabalhadores. “Devemos isso aos nossos funcionários, que compraram a nossa ideia”, agradeceu Ulisses Fanton, diretor vice-presidente da entidade.
Na contramão do senso comum de que canavieiro é latifundiário, a Assobari reúne 300 associados que, em sua maioria, 86%, são agricultores familiares – somando 13 mil hectares em produção. Ao ano, produz 800 mil toneladas de cana-de-açúcar.
Para Arnaldo Jardim, a iniciativa da Associação corrobora uma das principais linhas de atuação da Secretaria. “Orientados pelo governador Geraldo Alckmin, sempre encaramos o agricultor como o melhor amigo do meio ambiente. Isso fica comprovado com ações como esse protocolo”, apontou o secretário.
Equinos
Ainda no EDR, Arnaldo Jardim se encontrou com criadores de cavalos, representantes de leilões de equinos e de haras para ouvir demandas e sugestões. A principal preocupação deles é com relação ao Mormo, doença que atinge os cavalos e pode forçar não apenas o sacrifício dos animais afetados, mas também fechar as propriedades onde eles estão.
“Precisamos de um exame que seja mais conclusivo para detectar a bactéria no cavalo”, pediu Alexandre Ramos, representante de uma empresa de leilões. “Além dos estudos de base, queremos que seja feita uma necropsia para confirmar se realmente a bactéria estava no animal abatido”, completou Marcelo Pessoa, médico veterinário de um haras na região.
O secretário lembrou que “inexistem testes definitivos para o Mormo, eles não são conclusivos”. Arnaldo Jardim considerou a reunião positiva por “abrir um canal de contato permanente e ágil entre vocês e nós da Secretaria. Me ajudem a identificar os problemas e vamos lidar com eles”, disse.
O encontro discutiu ainda os trâmites sanitários para transporte de cavalos, a participação deles em eventos públicos e a Guia de Trânsito Animal (GTA) emitida pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria.