Atvos planeja investir R$ 10 bilhões para diversificar biocombustíveis em oito anos
17-01-2025

Atvos vai investir para erguer novas plantas de produção de etanol de milho e de biometano — Foto: Divulgação
Atvos vai investir para erguer novas plantas de produção de etanol de milho e de biometano — Foto: Divulgação

Companhia do fundo Mubadala pretende construir plantas de biometano, etanol de milho e SAF

Por Camila Souza Ramos — São Paulo

Após ter ficado quatro anos em uma tumultuada recuperação judicial e ter passado por duas trocas de controle para sanar uma dívida bilionária, a Atvos, que foi fruto de investimentos da Odebrecht (atual Novonor) em 2007, prepara um novo ciclo de expansão industrial. Sob o comando do fundo Mubadala Capital, de Abu Dhabi, a companhia planeja investir R$ 10 bilhões nos próximos oito anos para erguer novas plantas de produção de etanol de milho, de biometano a partir de de resíduos da cana e de combustível sustentável de aviação (SAF), a partir de etanol.

Se concretizado completamente, o plano do Mubadala para a Atvos representará o segundo maior movimento de expansão da companhia. O primeiro foi conduzido pela então Odebrecht para erguer as usinas existentes num intervalo de sete anos, de 2007 a 2014, quando gastou R$ 11 bilhões.

Os novos aportes serão conduzidos pela vice-presidência de Novos Negócios, criada em 2023 pela atual gestão para diversificar o portfólio de biocombustíveis e, portanto, as fontes de receita da companhia. A área é liderada atualmente pelo executivo Caio Dafico, que já teve passagens pelo próprio Mubadala e pela gestora Pátria.

O plano foi mencionado pela Atvos em seu relatório da safra 2023/24, que terminou em março de 2024 e foi divulgado ontem.

O primeiro projeto aprovado pela companhia dentro desse novo pacote é uma planta de biometano anexa à Usina Santa Luzia, em Nova Alvorada do Sul (MS), com investimento previsto de R$ 350 milhões. A unidade produzirá biometano a partir da vinhaça e da torta de filtro que saem como resíduos da usina.

A capacidade instalada da unidade deve ser de 28 milhões de metros cúbicos por ano, e metade da produção deverá abastecer a frota própria de maquinários agrícolas. Segundo informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a obra deve ser concluída em dezembro de 2026.

 Fonte: Globo Rural