B3 destaca crescimento recorde de instrumentos financeiros para o agronegócio e reforça papel estratégico na gestão de risco
12-08-2025

No 8º Congresso Brasileiro do Agronegócio, executivos evidenciam potencial de CRAs, Fiagro, CPRs e derivativos como ferramentas complementares ao crédito tradicional
Em sua oitava participação como correalizadora do Congresso Brasileiro do Agronegócio, em parceria com a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), a B3 reforçou seu posicionamento como infraestrutura essencial para o financiamento e a gestão de riscos do setor. Durante o evento, a bolsa apresentou dados que confirmam o avanço expressivo dos instrumentos de mercado de capitais voltados ao campo, consolidando-os como alternativa robusta e estratégica ao crédito bancário.
De acordo com informações divulgadas, o estoque de Cédulas de Produto Rural (CPRs) registradas superou R$ 418 bilhões em junho de 2025, crescimento superior a 40% em relação ao mesmo período de 2024. Já os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) alcançaram R$ 160 bilhões, e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), R$ 587,5 bilhões, reforçando a tendência de diversificação das fontes de recursos para o produtor rural.
Para Luiz Masagão, vice-presidente de Produtos e Clientes da B3, os números refletem o amadurecimento do agronegócio no uso do mercado de capitais como ferramenta estratégica. “Nosso papel é oferecer um ecossistema completo, que atenda desde a proteção de preços da safra, com derivativos de soja, milho e boi gordo, até o financiamento de longo prazo via CRAs e Fiagro. Queremos desmistificar esses instrumentos e mostrar que eles proporcionam previsibilidade, segurança e acesso eficiente a capital, fortalecendo a competitividade do setor”, afirmou.
Durante o painel “Financiamento e Gestão de Riscos”, Masagão destacou o avanço do Fiagro, que já soma quase 550 mil investidores pessoa física, e reforçou a importância dos contratos futuros para mitigar os impactos da volatilidade nas cotações de commodities agrícolas.
A B3 também apontou iniciativas para ampliar o acesso ao mercado, como o regime FÁCIL da CVM, que simplifica o ingresso de empresas no mercado de capitais, e a evolução das finanças sustentáveis. Nesse contexto, foram citados produtos como a CPR Verde e os Créditos de Descarbonização (CBIOs), que estimulam práticas mais sustentáveis e produtivas no campo, alinhando o agronegócio brasileiro às demandas globais por eficiência e responsabilidade ambiental.