Beatriz Torres trocou a moda pelo agro e hoje lidera programas de equidade de gênero
22-04-2025
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A vida sofrida na colheita de algodão no Mato Grosso do Sul levou os pais de Beatriz Torres a deixarem o campo e se mudarem para São Paulo, em busca de novas oportunidades.
Após trabalhar em diversos setores, sua mãe, com duas filhas pequenas, começou a confeccionar algumas peças de roupas e vender como ‘sacoleira’. O negócio cresceu e ela montou uma pequena loja, onde Beatriz trabalhou por alguns anos. “Hoje vejo o quanto essa primeira experiência profissional, que veio como uma necessidade, agregou em minha vida. Quem trabalha ou já trabalhou em empresa familiar sabe que precisamos fazer um pouquinho de tudo e vejo isso com muita gratidão e orgulho, pois me permitiu desenvolver habilidades técnicas e comportamentais que utilizo até hoje. Sempre digo que dona Helena (minha mãe) e a Bárbara (minha irmã) são as maiores professoras que tenho”, salienta.
Beatriz observa que sempre gostou muito de estudar. “O grande sonho de minha mãe era que eu cursasse uma faculdade de moda para expandir o negócio. Iniciei um curso técnico durante o ensino médio, mas não me identifiquei. E inspirada na paixão do meu avô pela natureza, escolhi o agro e tive a felicidade de ser a primeira pessoa da minha família com acesso ao ensino superior.”
Foi durante a graduação na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que Beatriz teve seu primeiro grande exemplo de liderança feminina no agro. Patrícia Andrea Monquero não foi apenas a professora da disciplina de introdução à engenharia agronômica, mas também mentora e uma das grandes responsáveis por introduzir Beatriz ao mundo da cana-de-açúcar.
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