Biocombustíveis e fumo dão impulso à agroindústria
22-11-2024

Desde janeiro, a agroindústria acumula alta de 2,6%, no melhor desempenho em 11 anos — Foto: Globo Rural
Desde janeiro, a agroindústria acumula alta de 2,6%, no melhor desempenho em 11 anos — Foto: Globo Rural

Produção agroindustrial cresceu 1,6% em setembro, mostra FGV Agro

Por Camila Souza Ramos — São Paulo

A produção da agroindústria brasileira cresceu em setembro, puxada pelo forte desempenho de indústrias do ramo não alimentício, sobretudo do setor de fumo e de biocombustíveis. O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio (FGV Agro), subiu 1,6% em relação a setembro do ano passado.

Desde janeiro, a agroindústria acumula alta de 2,6%, no melhor desempenho em 11 anos. A variação, porém, fica atrás da indústria de transformação, que cresceu 3,3% no mesmo período.

O FGV Agro estima que o PIMAgro deve subir 3,1% no último trimestre, com ganhos esperados para todos os segmentos, levando a um crescimento de 2,7% em 2024. No entanto, esse desempenho pode ser afetado pelo câmbio, o que reduziria o potencial para 2,5%, estima o centro.

As indústrias não alimentícias cresceram de forma generalizada em setembro. A produção da indústria de fumo aumentou 29,9%, mas essa foi a primeira expansão do segmento desde que as enchentes no Rio Grande do Sul derrubaram a produção — em maio deste ano, quando ocorreram as chuvas torrenciais, a produção da indústria de fumo do país caiu 22,9%. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de tabaco do Brasil.

O segmento de biocombustíveis cresceu 10,5%, com o avanço da fabricação de etanol hidratado. O produto, que abastece diretamente os tanques de carros flex, está mais competitivo do que a gasolina em vários Estados, como São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Dentre as agroindústrias não alimentícias, também cresceu a produção de produtos têxteis (4,1%) e florestais (1%) e de insumos agropecuários (0,8%). No segmento florestal, a expansão dos segmentos de produtos de madeira (13,9%) e papel (8,7%) compensou a queda de 2,9% na produção de celulose.

Já as indústrias alimentícias e de bebidas fecharam o mês de setembro com retração de 0,7%, puxada pela queda na produção da indústria de alimentos de origem vegetal (-6%). Essa categoria foi afetada pelo declínio da produção de conservas, sucos, arroz, trigo, produtos do refino de açúcar e café.

A indústria de alimentos de origem animal cresceu 1,6% em setembro, puxada pela demanda aquecida por carne no mercado interno e também para exportação. Dentre as indústrias de bebidas, houve queda de 0,5% na produção de bebidas alcoólicas.

Fonte: Globo Rural