Bioeletricidade x outras fontes renováveis: entenda a diferença
25-04-2025

Chamamos de energias renováveis aquelas que são geradas a partir de recursos da natureza que são reabastecidos como a luz solar, o vento e a matéria orgânica, por exemplo. Recursos como petróleo e carvão, por sua vez, geram a energia não-renovável, pois sua disponibilidade é esgotável.
Além da disponibilidade de recursos, as energias renováveis e não-renováveis também se diferenciam na emissão de gases de efeito estufa (GEE). Fontes como petróleo e carvão, quando convertidas em energia, liberam gases poluentes na atmosfera, contribuindo para o agravamento do aquecimento global.
Entretanto, ainda que as fontes renováveis se assemelhem na disponibilidade e sustentabilidade, as opções são distintas tanto na origem quanto no processo. Entenda a diferença entre a bioeletricidade e outras fontes renováveis.
Bioeletricidade: economia circular
A bioeletricidade vem da biomassa a partir da queima de matéria orgânica. No Brasil, a bioeletricidade vem principalmente do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, que são sobras da produção de açúcar e etanol. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), 75% da bioeletricidade gerada em 2024 foi de resíduos da cana-de-açúcar.
Por utilizar sobras da matéria-prima de outros processos, a bioeletricidade segue a economia circular, um modelo de produção que aproveita ao máximo os recursos e reduz o desperdício. Essa é a maior diferença em relação a outras energias renováveis.
A biomassa pode vir das sobras da cana-de-açúcar
A energia solar, por exemplo, vem da luz do sol, enquanto a eólica vem do vento e a hidráulica da força da água. Ainda que esses tipos de energia tenham diversas vantagens e operem sob a premissa da redução dos GEE, elas não contribuem para a reutilização de recursos e redução do desperdício.
Outra vantagem da bioeletricidade é o desenvolvimento econômico das regiões rurais. A produção de cana-de-açúcar está localizada fora dos centros urbanos, onde concentram-se a maior quantidade de empregos e geração de renda. Ao instalar usinas de bioeletricidade nas áreas rurais, aumenta-se a oferta de empregos e mão de obra especializada, impulsionando o desenvolvimento econômico local.
Crescimento da garantia física
Um levantamento da Associação da Indústria da Cogeração de Energia (Cogen) e da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) apontou que, em 2024, o montante total de garantia física de termelétricas a biomassa cresceu em 17% em relação ao ano anterior, com um acréscimo de 399,8 MW médios. Considerando apenas as usinas já existentes, o crescimento foi 4%, com acréscimo de 93,9 MW médios. Dessa maneira, a garantia física total de termelétricas a biomassa atingiu um valor recorde: 2.701,6 MW médios. Esses dados representam o potencial de crescimento do setor.
Aproveite para conferir: A importância do setor bioenergético para a economia brasileira
Fonte: Siamig Bioenergia