Bioestimulantes mitigam estresse hídrico e elevam potencial produtivo dos canaviais
12-09-2024
Tecnologia foi destaque da apresentação da Sipcam Nichino no 18º Grande Encontro de Variedades de Cana-de-Açúcar & Novas Técnicas de Fertilização
Por Leonardo Ruiz
Uma tecnologia disruptiva pode ser caracterizada como uma inovação capaz de provocar uma ruptura em processos, padrões e/ou modelos pré-existentes. Entre seus impactos, destacam-se a melhoria da relação custo-benefício, aumento de performance e aperfeiçoamento prático.
Ao longo de sua história, o setor bioenergético nacional passou por uma série de disrupções, como introdução da colheita mecanizada de cana crua, adoção das Mudas Pré-Brotadas (MPBs), aplicação de defensivos via drones e utilização de veículos autônomos no campo. No entanto, diante dos desafios da atualidade, esse DNA disruptivo terá que ser ainda mais presente.
Essa foi a discussão que a Sipcam Nichino, uma das líderes no desenvolvimento de soluções para a cana-de-açúcar, levou para o público do 18º Grande Encontro de Variedades de Cana-de-Açúcar & Novas Técnicas de Fertilização, realizado nesta semana pelo Grupo IDEA, em Ribeirão Preto/SP.
Segundo a gerente de marketing da empresa, Carulina Oliveira, a agricultura moderna enfrenta uma série de novos desafios, como aumento da demanda global por alimentos, plantio em ambientes restritivos, solos de baixa fertilidade e CTC, elevação da temperatura do planeta e chuvas escassas e mal distribuídas.
“Até 2050, seremos cerca de 9,7 bilhões de pessoas na Terra. Precisaremos avançar cada vez mais em ambientes desafiadores enfrentando um cenário climático cada vez mais adverso. Estudos já mostram que a seca está causando um impacto muito maior na produção do que as pragas e doenças.”
Para Carulina, é nesse ponto que entra a disrupção. “As ‘pontes’ que trouxeram o setor até hoje com certeza não serão as mesmas que o levarão para a frente. Precisamos encontrar novos caminhos para fazer frente a essas adversidades e, com isso, verticalizar a produção das áreas. Um desses caminhos é o uso de bioestimulantes, tecnologia formulada a partir de compostos naturais.
De acordo com a agrônoma, por meio do bioestímulo, eleva-se o potencial produtivo dos canaviais, do plantio a colheita, e da raiz à matéria-prima. “Bioestimulantes enquadrados em altos padrões de qualidade reduzem o estresse, ativam sistemas de defesa, aumentam absorção de nutrientes e água e impulsionam os resultados de fornecedores e unidades produtoras.”
Mas mesmo com tantos benefícios, Carulina afirma que o mercado global de bioestimulantes ainda é bastante tímido, algo em torno de US$ 4 bilhões. No entanto, estimativas já apontam para uma duplicação dessa cadeia até 2030 e torce para que o Brasil se torne o protagonista neste movimento.
Há cerca de dois anos, a Sipcam Nichino lançou no país uma plataforma robusta de bioestimulantes voltada à cana-de-açúcar, formada pelas soluções Abyss®, Blackjak®, Nutex® Premium e Stilo® Verde. Um estudo atrelado ao bioestimulante Blackjak®, por exemplo, transferiu lucro de R$ 706 por hectare, com aumento da produtividade de 72,8 toneladas por hectare para 81,8 ton/ha, além de ganho líquido de 598 quilos de ATR.