Biosul confirma geadas no sul de MS, mas sem danos a canaviais
19-07-2016

Quarto maior produtor de cana-de-açúcar do País, Mato Grosso do Sul registrou geadas na madrugada desta segunda-feira, 18, mas a ocorrência foi fraca e não causou danos aos canaviais, segundo informou à reportagem a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul).
A geada se concentrou no sul do município de Dourados e atingiu principalmente áreas de baixada. Em junho, as geadas ocorreram entre os dias 11 e 14, mas também foram fracas e não alteraram a previsão de moagem da Biosul para a safra 2016/17, de 52,1 milhões de toneladas.
Conforme a entidade, o impacto sobre a cana foi praticamente nulo porque as plantas foram cortadas logo na sequência do fenômeno, evitando, assim, a "queima" das folhas e, consequentemente, a perda de produtividade.
Unica
Principal associação do setor sucroenergético, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) informou que não é possível avaliar os impactos de geadas ocorridas na madrugada de hoje no Estado de São Paulo, maior produtor do Centro-Sul do Brasil. Segundo a associação de usinas, a avaliação dos efeitos leva alguns dias após o fenômeno climático e, além disso, a entidade não obteve informações por parte de seus associados.
Geadas voltam a atingir plantações de cana Paraná, mas impacto é limitado
As plantações de cana-de-açúcar do Paraná foram novamente atingidas por geadas neste fim de semana, repetindo o episódio da primeira quinzena de junho.
Ao contrário do observado há mais de um mês, porém, as perdas de agora foram praticamente nulas, de acordo com o presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado (Alcopar), Miguel Rubens Tranin. "Foi muito leve, a intensidade foi muito menor", afirmou ao Broadcast Agro.
Assim como em junho, as geadas se concentraram em canaviais ao sul do município de Maringá, principalmente em regiões de vales. De acordo com Tranin, as usinas e destilarias paranaenses já processaram entre 33% e 35% da safra 2016/17, iniciada em abril e estimada em cerca de 43 milhões de toneladas.
O presidente da Alcopar também deu detalhes sobre o levantamento final de perdas nos canaviais do Estado por causa das geadas da primeira quinzena de junho. Conforme ele, o fenômeno "queimou" 5% das plantações, inferior aos 10% considerados inicialmente.
Dessa forma, aproximadamente 2 milhões de toneladas de cana foram afetadas e devem registrar índice de produtividade abaixo do ideal.
Municípios da região de Ribeirão Preto registram temperaturas negativas e geadas
Municípios da região de Ribeirão Preto, no nordeste do Estado de São Paulo, registraram raras temperaturas negativas na madrugada desta segunda-feira, 18.
Por causa de uma massa de ar polar que atinge o Estado, a temperatura mínima ficou em -1,4 grau Celsius em Jaboticabal, em - 1,3 grau em São Joaquim da Barra e em -1,1 grau em Bebedouro, segundo a Somar Meteorologia.
Entre as maiores cidades da região, que enfrentaram temperaturas máximas em torno dos 30 graus Celsius na semana passada, Ribeirão Preto registrou -1 grau Celsius e Franca -0,7 grau Celsius na madrugada. Exceto em Franca, as temperaturas negativas nas outras microrregiões foram mais severas do que em Campos do Jordão (SP), município onde as temperaturas rotineiramente são as mais baixas do Estado, mas onde a mínima da madrugada foi de -0,9 grau Celsius, segundo a Somar Meteorologia.
Na maioria dos municípios, a queda da temperatura veio acompanhada de geadas, fenômeno climático que pode afetar as lavouras, principalmente as de cana-de-açúcar, já que a região de Ribeirão Preto é o principal polo mundial de cultivo da cultura. Segundo o sócio e diretor da Canaplan Consultoria, Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, as geadas devem causar perdas na atual safra de cana, iniciada em abril, e ainda na safra 2017/2018, a partir do mesmo período do próximo ano. "A cana que já foi colhida nesta safra e que começa a fase de desenvolvimento para a próxima safra sofre muito com as geadas e ainda com o estresse climático, já que a variação de temperatura é muito forte. Já a cana ainda nas lavouras e também atingida pela geada muitas vezes é colhida antecipadamente e tem uma perda da produtividade", afirmou Carvalho. Para o consultor, apenas nos próximos dias será possível mensurar o impacto das geadas nas lavouras canavieiras. "O que mais preocupa é o tamanho do estresse sofrido pelas lavouras, já que é a segunda geada ocorrida neste ano e outras ondas de frio estão previstas no inverno", concluiu.