Bons preços sustentam perspectivas do setor em alta
24-03-2016

Em 30 dias, o açúcar obteve 30% de alta

“O mercado futuro de açúcar em NY fechou mais uma semana (de 14 a 19 de março) com expressiva alta. O vencimento maio/2016 encerrou a sexta-feira(19) negociado a 15.97 centavos de dólar por libra-peso após ter visitado a região dos 16 centavos, acumulando uma variação positiva de 84 pontos na semana, ou pouco mais de 18 dólares por tonelada”, analisa Arnaldo Luiz Corrêa é diretor da Archer Consulting.
O consultor atribui a firmeza do mercado à Tailândia, cuja safra encolheu, à China que deverá demandar (importar) mais açúcar branco e ao Brasil cuja fixação de preços está em compasso de espera uma vez que os reais obtidos nas fixações da 2016/2017 e da 2017/2018 são menores agora pois o real se valorizou em relação ao dólar. De 22 de fevereiro, quando atingiu 12.45 centavos de dólar por libra-peso até a sexta-feira (19 de março) o mercado subiu 365 pontos, ou seja, quase 30%.O fechamento da sexta convertido pela taxa de câmbio do Banco Central foi de R$ 1,325 por tonelada FOB.
Os fundos continuam posicionados no açúcar e a trajetória de preços os estimula a pelo menos manterem suas posições. “Deixe os lucros crescerem, nos ensinam os mestres. Uma eventual mudança de governo no Brasil via impeachment da presidente Dilma pode elevar os valores de NY para 16.75 centavos de dólar por libra-peso (tomando como base um preço mínimo de R$ 1.250 por tonelada)”, analisa Corrêa.
O analista tem afirmado que o açúcar deverá entrar num ciclo de alta. “Algumas simulações de produção e consumo feitas para as próximas duas safras, dão indicações que nosso sentimento se solidifica. Pela análise de consumo dos países da Ásia, Oriente Médio e Norte da África, e considerando a limitação de aumento na capacidade de produção de alguns países (Brasil, por exemplo, cuja produção de cana está basicamente estancada há alguns anos) estimamos que tanto a safra 2016/2017 como a 2017/2018 podem apresentar déficit. O consumo mundial cresce a taxas de 1.9% (nosso número) até 2.2% (número da ISO) enquanto a produção se arrasta nos 1.6-1.7%, qualquer oscilação causada pelo tempo pode abrir um buraco entre produção e consumo.”
Enquanto isso, observa Corrêa, o consumo de combustíveis no país continua caindo em termos de gasolina equivalente. Nos últimos doze meses a queda já é de 1.5% com tendência a piorar. “No entanto, o estoque de passagem de etanol vai ser bastante curto. O início da safra pode atrasar e vai certamente diminuir no maio a disponibilidade de açúcar.”

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