BP Bunge Bioenergia adota manejo de mitigação de déficit hídrico visando aumento de produtividade dos canaviais
28-03-2022

Este ano, 80% dos canaviais da companhia devem receber aplicação de vinhaça, seja localizada ou por aspersão. Divulgação BP Bunge Bioenergia
Este ano, 80% dos canaviais da companhia devem receber aplicação de vinhaça, seja localizada ou por aspersão. Divulgação BP Bunge Bioenergia

Organização da colheita por idade e ambiente de produção e otimização da irrigação e fertirrigação tem proporcionado grandes resultados à companhia

Por Leonardo Ruiz

Nos últimos anos, a região Centro-Sul do país tem registrado uma acentuação do déficit hídrico entre os meses de abril e agosto. Essa falta de precipitação causa grandes prejuízos ao desenvolvimento dos canaviais, especialmente daqueles com sistemas radiculares menos desenvolvidos e colhidos no trecho final da safra.

Dada a impossibilidade de colher toda a cana disponível ainda no início do ciclo, muitas usinas têm apostado em um profundo planejamento agronômico visando mitigar ao máximo esses prejuízos. É o caso da BP Bunge Bioenergia, uma das companhias líderes do setor sucroenergético nacional, detentora de 11 unidades agroindustriais distribuídas em cinco estados brasileiros. 

Na última terça-feira (22), o gerente de fitotecnia corporativa da empresa, Thiago de Paula e Silva, forneceu detalhes desse planejamento durante apresentação no 1ª Reunião do Grupo Fitotécnico de Cana de 2022. Chamado de “manejo de mitigação de déficit hídrico”, o projeto busca minimizar a exposição dos canaviais ao déficit hídrico seguindo alguns critérios técnicos e operacionais.

Manejo de mitigação da BP Bunge Bioenergia busca minimizar a exposição dos canaviais ao déficit hídrico seguindo alguns critérios técnicos e operacionais

Divulgação BP Bunge Bioenergia

“Primeiramente, buscamos colher os piores ambientes de produção. Levamos em conta também o estágio de corte, dando preferência para os canaviais mais novos, cujos sistemas radiculares estarão menos avolumados e aprofundados do que de socarias mais antigas, fazendo com que eles sejam mais sensíveis ao déficit hídrico.”

Época de colheita, quantidade ideal de variedades precoces e de PUI curto, áreas de reforma, pragas de solo e geadas estão entre os demais critérios técnicos levados em consideração. Já o atendimento à moagem, região/frente de colheita, bloco de colheita, porcentagem de cana própria e de fornecedor e equalização do TCH e raio se enquadram nos critérios operacionais.

O projeto também integra um plano robusto de irrigação e fertirrigação visando a otimização dos recursos. “Colher áreas em junho, julho e agosto que não receberam água ou vinhaça é um crime, pois iremos perder população de colmos, ter problemas na brotação e, consequentemente, sofrer com perda de produtividade no ano seguinte. Por conta disso, nosso objetivo a longo prazo é concentrar os canaviais de sequeiro apenas nas pontas da safra.”

Em 2022, 56% das áreas da companhia devem receber água ou vinhaça, processo que vai auxiliar na brotação e melhora do ciclo produtivo dos canaviais

 Divulgação BP Bunge Bioenergia

O gerente de fitotecnia corporativa da BP Bunge Bioenergia ressaltou que o grupo aplica vinhaça de duas formas: aspersão e localizada. No entanto, a vinhaça localizada é trabalhada como adubação e não como irrigação. “Em 2020, 64% do total da nossa área de tratos culturais foi tratada com vinhaça. Em 2021, esse número saltou para 72%. Este ano, nossa expectativa é chegar a 80%.”

Já a irrigação/fertirrigação (sem vinhaça localizada) com o objetivo de auxiliar na brotação e melhora do ciclo produtivo dos canaviais foi utilizada em 30% dos canaviais em 2020 e em 40%, em 2021. Para este ano, a expectativa é que o volume total alcance 56%.

Fonte: CanaOnline