BP Bunge Bioenergia quer mais cana de fornecedores. Confira as razões
06-08-2021

Usina Moema, unidade da BP Bunge onde os produtores de cana colocam a matéria-prima na esteira da usina
Usina Moema, unidade da BP Bunge onde os produtores de cana colocam a matéria-prima na esteira da usina

Atualmente a empresa conta com 25% de cana de fornecedor e deseja aumentar, inicialmente, para em torno de 35% a 40%. E o ideal, para a empresa, é que o produtor se ocupe de toda a cadeia de valor

A BP Bunge Bioenergia, empresa formada a partir da joint venture das operações de açúcar, etanol e bioeletricidade da bp e da Bunge, conta com 11 unidades produtoras distribuídas em cinco estados, e na última safra moeu 27,3 milhões de toneladas de cana.

A soma da capacidade de moagem de suas 11 unidades é de aproximadamente 32,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano, e a empresa quer bater essa meta. Para isso, tem investido forte em renovações de canaviais e tratos culturais, e pretende aumentar o volume de cana que vem dos fornecedores. De acordo com Geovane Consul, CEO da empresa, atualmente, essa cana de terceiros representa 25% e o objetivo é passar, inicialmente, para entre 35% a 40%.

O interesse pelo aumento da cana dos produtores, explica Consul, se deve a razões como diluição do risco empresarial. “Entendemos que podemos usar esse recurso dispendido no plantio de cana para, por exemplo, financiar uma expansão, investir em cogeração, em projetos de biogás. A segunda razão é porque acreditamos que os fornecedores são especialistas no cultivo de cana, são tecnificados, são capazes de produzir cana com maior eficiência do que nós. Estão sob nossa gestão, 450 mil hectares de cana divididos em cinco estados, e não é fácil cultivar cana em toda essa área. O mais lógico é deixarmos por conta dos produtores de cada região. “

O CEO da BP Bunge Bionergia destaca que a intenção é propagar o sistema em que o fornecedor participe de todas as etapas da operação: plantio, tratos culturais, colheita e entrega na usina. “Este é o modelo ideal para nós. Mas, se o produtor não tiver recursos para realizar a colheita, carregamento e transporte, nós assumimos essa parte. No entanto, preferimos que o produtor se ocupe de toda a cadeia de valor.” Esse método já é realizado na unidade Moema, da BP Bunge no estado de São Paulo, onde os associados da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Orindiuva (Oricana) colocam a matéria-prima na esteira da usina.

Com o objetivo de promover eficiência e produtividade para os fornecedores de cana-de-açúcar e construir relacionamentos de longo prazo, a BP Bunge lançou recentemente o Programa Allia, que apresenta vantagens como o acesso a crédito para tratos culturais e plantio da cana com taxas de juro atrativas; seleção e disponibilização de mudas de varietais selecionados para plantio de linha-mãe das lavouras; repasse de diesel com valores competitivos; convênio com parceiros fornecedores de insumos e de serviços com benefícios obtidos pela compra em grande escala; parceria Barter que possibilita o pagamento dos benefícios com cana; promoção de eventos de capacitação técnica para todas as etapas de manejo da lavoura; e premiações de reconhecimento para os fornecedores que atingirem critérios de qualidade e cumprimento das metas.

Geovane Consul salienta que por meio do Programa Allia será possível o desenvolvimento de tecnologias em conjunto (BP Bunge – produtores), visando otimizar a produção. A parceria também viabiliza abrir novas frentes de implantação do cultivo de cana, no caso de regiões onde estão as unidades de Pedro Afonso, em Tocantins e Tropical em Goiás, áreas onde a cana tem pouca tradição.

Fonte: CanaOnline